O presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou, nesta quinta-feira, que Israel e os Emirados Árabes Unidos concordaram em estabelecer relações diplomáticas plenas, como parte de um acordo para impedir a anexação israelita de terras ocupadas pelos palestinianos.
O anúncio torna os Emirados Árabes Unidos (EAU) o primeiro Estado do Golfo Árabe a estabelecer relações diplomáticas com Israel e apenas a terceira nação árabe a fazê-lo.
Donald Trump partilhou na rede social Twitter uma declaração dos dois países, reconhecendo o acordo.
Já na Sala Oval, disse aos jornalistas que foi “um momento verdadeiramente histórico”.
Agora que o gelo foi quebrado, espero que mais países árabes e muçulmanos sigam os Emirados Árabes Unidos”, escreveu no Twitter.
President @realDonaldTrump delivers a statement from the Oval Office: "After 49 years, Israel and the United Arab Emirates will fully normalize their diplomatic relations." pic.twitter.com/6pRCAXQqCO
— The White House (@WhiteHouse) August 13, 2020
Israel e Emirados falam de "dia histórico"
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, classificou o estabelecimento de relações diplomáticas com os Emirados Árabes Unidos como um “dia histórico”, enquanto Abu Dhabi disse tratar-se de uma “vitória” da diplomacia.
Yom histori (dia histórico)”, escreveu Netanyahu, em hebraico, na rede social Twitter, comentando a declaração de Donald Trump sobre a normalização de relações entre Israel e os Emirados e Israel.
O príncipe herdeiro de Abu Dhabi salientou que o acordo inclui o fim da anexação israelita de novos “territórios palestinianos”.
Numa ligação entre o presidente Trump e o primeiro-ministro Netanyahu, um acordo foi alcançado para encerrar qualquer anexação adicional de territórios palestinianos”, escreveu o xeque Mohammed bin Zayed Al Nahyane, também no Twitter.
Opinião contrária foi já expressa pelo porta-voz do Hamas, que acusa os Emirados de “esfaquearem” os palestinianos pelas costas, ao chegar a acordo com Trump e Israel, enquanto a Autoridade Palestiniana fez duras críticas ao arranjo.
Hanan Ashrawi, que reagiu também no Twitter em nome da Autoridade Palestiniana, considerou que “Israel foi recompensado por não declarar abertamente o que tem feito à Palestina de forma ilegal e persistente desde o início da ocupação”.
Os Emirados Árabes Unidos saíram da sombra das “negociações secretas e normalização com Israel”, acrescentou Ashrawi.
Abbas convoca “reunião de emergência” da direção palestiniana
O presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas, convocou uma “reunião de emergência” para esta noite da direção palestiniana, para discutir a normalização das relações entre Israel e os Emirados Árabes Unidos, informou a agência oficial Wafa.
No final do encontro, segundo a Wafa, a direção palestiniana deve anunciar a sua reação a uma normalização já criticada pelo movimento islâmico palestiniano Hamas, que controla a Faixa de Gaza. A Autoridade Palestiniana de Abbas governa a Cisjordânia ocupada.