Trump concede indulto a Michael Flynn, ex-conselheiro que mentiu ao FBI sobre a Rússia - TVI

Trump concede indulto a Michael Flynn, ex-conselheiro que mentiu ao FBI sobre a Rússia

Michael Flynn

É esperado que o ainda presidente dos Estados Unidos conceda mais perdões ao longo dos últimos dias de mandato

O presidente incumbente dos Estados Unidos concedeu esta quarta-feira um indulto presidencial a Michael Flynn, anunciou o próprio através da rede social Twitter. O antigo conselheiro de Donald Trump para a área da segurança admitiu ter mentido à mais alta instituição de investigação do país, o FBI, sobre o caso da suposta ingerência da ruissa nas eleições norte-americanas de 2016, que terminaram com a vitória de Trump.

É com grande honra que anuncio que o general Michael T. Flynn vai receber um perdão total. Parabéns ao general Flynn e à sua fantástica família, sem que vão ter um ótimo Dia de Ação de Graças", escreveu Trump.

Michael Flynn foi o primeiro conselheiro de Segurança Nacional da Administração Trump, e menos de um ano depois de assumir o cargo, admitiu ter mentido nos inquéritos feitos pela polícia federal.

A admissão de culpa do antigo general ocorreu em 2017. Nas declarações feitas, Michael Flynn admitiu ter mentido ao FBI sobre as interações que teve com o embaixador da Rússia nos Estados Unidos nas semanas antes da tomada de posse de Donald Trump.

Ainda antes da confirmação do indulto por parte de Donald Trump, Michael Flynn partilhou uma publicação no Twitter um pouco enigmática, mas que pode deixar ver que já sabia o que ia acontecer.

A passagem partilhada é do Livro de Jeremias, que se seguiu à Bíblia. Nela pode ler-se o seguinte: "Eles combaterão contra ti, mas não te conseguirão vencer, porque Eu estou contigo para te proteger".

Depois de se ter declarado culpado, o antigo conselheiro do presidente tentou retirar a acusação, argumentando que os procuradores violaram os direitos e que o levaram a assinar um acordo de confissão. A sentença de Michael Flynn acabou por ser adiada várias vezes, e agora, com o perdão presidencial, nunca chegará a ser conhecida.

Apesar de ter sido o primeiro conselheiro de Trump para a área de Segurança Nacional, Michael Flynn só durou 24 dias no cargo (entre 22 de janeiro e 13 de fevereiro). Os contactos mantidos entre o antigo militar e o embaixador russo, Sergei Kisliak, foram conhecidos logo no início do mandato do presidente e acabaram por guiar ao fim da ligação entre Flynn e a Administração Trump.

O então conselheiro acabaria por ser despedido na sequência de notícias de vários jornais norte-americanos que davam conta de uma conversa com Sergei Kisliak na qual o suspeito terá pedido que a Rússia não reagisse de forma muito severa às sanções aplicadas pela Administração Obama (em dezembro de 2016. As sanções surgiram na sequência do processo de interferência russa nas eleições de 2016, e motivaram mesmo a expulsão de diplomatas russos de solo norte-americano.

Donald Trump admitiu pela primeira vez a hipótese de um perdão presidencial a Michael Flynn em março deste ano, afirmando que o FBI e o Departamento de Justiça tinham "destruído" a vida do general e de toda a sua família. O presidente foi mais longe, afirmando que a justiça perdeu provas relacionadas com o caso, numa acusação que nunca chegou a ser fundamentada.

A dois meses de terminar o mandato como presidente dos Estados Unidos, e antes de passar o testemunho a Joe Biden, é esperado que Donald Trump conceda mais indultos a várias figuras do seu cerco político.

O perdão a Michael Flynn é o segundo feito por Donald Trump a pessoas do círculo pessoal e relacionadas com o caso da ingerência russa. No verão deste ano, o presidente comutou a pena de prisão a que Roger Stone, conselheiro de Trump à data dos factos, tinha sido condenado por mentir ao Congresso sobre a interferência da Rússia.

Roger Stone tinha sido condenado a 40 meses de prisão, mas a ação presidencial anulou essa sentença.

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