Trump diz que Estados Unidos "terminaram" relação com a OMS - TVI

Trump diz que Estados Unidos "terminaram" relação com a OMS

  • Bárbara Cruz
  • Com Lusa
  • 29 mai 2020, 20:06
Donald Trump

Presidente dos Estados Unidos acusa OMS de ter falhado nas reformas necessárias

O presidente dos Estados Unidos da América anunciou esta sexta-feira que os Estados Unidos "terminaram" a relação com a Organização Mundial de Saúde (OMS). Donald Trump falava durante uma conferência de imprensa na Casa Branca, durante a qual teceu também duas críticas à China e anunciou o fim das exceções concedidas a Hong Kong.

Segundo a agência Reuters, o presidente dos EUA não entrou em detalhes sobre o corte da relação com a OMS, que tem criticado duramente pela gestão da pandemia de Covid-19, dizendo apenas que irá realocar o financiamento destinado à OMS a outras organizações. 

Donald Trump alega que a OMS não soube responder de forma eficaz ao seu apelo para introduzir alterações no seu modelo de financiamento, depois de já ter ameaçado cortar o financiamento norte-americano a esta organização das Nações Unidas, acusando-a de ser demasiado benevolente com o Governo chinês.

Porque falharam em fazer as reformas necessárias e requeridas, terminamos o nosso relacionamento com a Organização Mundial de Saúde e iremos redirecionar os fundos para outras necessidades urgentes e globais de saúde pública que possam surgir”, disse Trump, em declarações aos jornalistas.

No início deste mês, o Presidente norte-americano tinha feito um ultimato à OMS, ameaçando cortar a ligação à organização se não fossem feitas reformas profundas na sua estrutura e no seu ‘modus operandi’.

Nessa altura, Trump suspendeu temporariamente o financiamento à OMS, no valor que está estimado em cerca de 400 milhões de euros anuais, o que corresponde a 15% do orçamento da organização.

Trump acusou a OMS de ter feito uma gestão ineficaz de combate à pandemia de Covid-19 e de ter sido conivente com o Governo chinês, alegando que Pequim reteve informação relevante sobre a propagação do novo coronavírus, que aumentou os riscos da crise sanitária global.

EUA suspendem entrada de cidadãos chineses considerados de "risco"

Os Estados Unidos vão suspender a entrada de cidadãos da China que sejam considerados como “potenciais riscos” para a segurança do país, anunciou também Donald Trump.

Vamos suspender a entrada de certos cidadãos chineses que identificámos como potenciais riscos para a segurança” dos Estados Unidos, disse o chefe de Estado norte-americano.

Ainda durante a conferência de imprensa na Casa Branca, Trump classificou como “uma tragédia” a legislação de segurança nacional para Hong Kong apresentada por Pequim.

Na opinião do chefe de Estado norte-americano, a “ação do Governo chinês contra” aquela região administrativa especial chinesa “é a mais recente de uma série de medidas que diminuem o estatuto” de Hong Kong.

É uma tragédia para o povo de Hong Kong, para a China, e, de facto, para todas as pessoas do mundo”, lamentou Donald Trump, acusando Pequim de não manter “a palavra dada ao mundo” ao nível da garantia da autonomia da cidade.

A Assembleia Popular Nacional (APN), órgão máximo legislativo da China, aprovou na quinta-feira uma lei de segurança nacional para Hong Kong, competência que cabe às autoridades do território, de acordo com a Lei Básica, a 'mini-Constituição' de Hong Kong.

A lei aprovada proíbe "qualquer ato de traição, separação, rebelião, subversão contra o Governo Popular Central, roubo de segredos de Estado, a organização de atividades em Hong Kong por parte de organizações políticas estrangeiras e o estabelecimento de laços com organizações políticas estrangeiras por parte de organizações políticas de Hong Kong".

Na China continental, os tribunais recorrem frequentemente à lei de segurança nacional, incluindo acusações como "separatismo" ou "subversão do poder do Estado", para prender dissidentes ou ativistas, que desafiam o domínio do Partido Comunista Chinês.

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