Trump lamenta-se de ser "o mais maltratado" dos presidentes - TVI

Trump lamenta-se de ser "o mais maltratado" dos presidentes

  • Paulo Delgado
  • 17 mai 2017, 19:38

Lamento do presidente norte-americano surge na sequência da polémica sobre a cedência de informações à Rússia. Mas assume que vai continuar a "lutar, lutar, lutar"

A plateia constituída por novos elementos da Guarda Costeira, no Estado do Connecticut, ouviu o desabafo do presidente norte-americano. Resolveu queixar-se, uma vez mais, de alguma comunicação social do seu país, que acusa de perseguição e de veicular notícias falsas.

Nenhum político na história foi tão maltratado", considerou Trump, fazendo ponto de mira à comunicação social, que revelou recentemente, ter o próprio presidente cedido informações ao ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov.

Frente aos novos militares, o presidente norte-americano aproveitou também para garantir que não irá ceder a argumentos contrários.

Ao longo da vossa vida, descobrirão que as coisas nem sempre serão justas. Perceberão que haverá coisas que vos irão acontecer e que vocês não merecem", frisou Trump, recomendando à audiência que a sua solução é "baixar a cabeça e lutar, lutar, lutar".

Israel torce o nariz

O lamento de estar a ser injustiçado, surge quando Donald Trump enfrenta o momento mais conturbado do seu ainda curto mandato.

Mesmo entre os representantes do partido Republicano, que o elegeu, muitos querem tirar a limpo, quais as relações de Trump e de membros da sua equipa com a Rússia, uma potência adversária, mesmo após o fim da chamada "Guerra Fria".

A última gota de água foram as informações cedidas pelo próprio Trump ao ministro russo, Seguei Lavrov. Isto, já depois de ter demitido o diretor da polícia federal norte-americana, o FBI, que estaria a investigar ligações de elementos da administração com a Rússia.   

A Casa Branca tem-se desfeito em explicações, de forma a minimizar o teor das informações prestadas, já que o próprio Trump confirmou ter tido com Lavrov, mais do que uma conversa de circunstância. Nas sua versão, contou-lhe "factos pertinentes" para que a Rússia "intensifique a sua luta contra o Estado Islâmico e o terrorismo".

As informações passadas pelo presidente norte-americano à diplomacia russa abriram, entretanto, um mal estar fora das fronteiras dos Estados Unidos, em particular com um dos seus aliados no Médio Oriente, Israel.

Os serviços secretos do Estado hebraico, tidos mundialmente como dos mais competentes no seu serviço, terão sido quem forneceu as informações aos norte-americanos, que Trump poderá depois ter passado a Moscovo.

Danny Yatom, dirigiu a Mossad, a agência de informações de Israel entre 1996 a 1998. Em declarações à cadeia de comunicação norte-americana CNN, alertou sobre um "péssimo desenvolvimento" e mesmo uma "catástrofe" se o que Trump revelou puser em causa alguma fonte de informação dos israelitas.

Se acharmos que as nossas fontes estão em perigo devido à maneira como os Estados Unidos lidam com a informação, então teremos de manter informações sensíveis só connosco", avisou o antigo diretor dos serviços secretos israelitas.

 

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