O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, negou esta quarta-feira ter sido escoltado para um bunker na Casa Branca, devido aos protestos pela morte de George Floyd, alegando ter ido lá apenas para inspecionar o espaço.
Na passada sexta-feira, segundo alguns media norte-americanos, Donald Trump foi obrigado e proteger-se num bunker da Casa Branca, escoltado por agentes dos serviços secretos que o procuraram colocar a salvo, quando os manifestantes começaram a atirar pedras contra a residência oficial do presidente.
A Casa Branca não comenta protocolos e decisões de segurança”, disse Judd Deere, porta-voz da presidência norte-americana, na segunda-feira, quando interrogada sobre o transporte do presidente para o bunker.
Agora, Trump disse que “essa informação é falsa”, durante uma entrevista radiofónica.
Foi durante o dia (que fui ao bunker)”, disse Trump, acrescentando que esteve nesse espaço por duas ou três vezes, nos últimos dias, mas apenas para “inspecionar” o gabinete.
Não ficou claro, das informações obtidas pelos media norte-americanos sobre o recolhimento ao bunker, durante as manifestações de sexta-feira, se a primeira-dama, Melania Trump, e o seu filho de 14 anos, Barron, se terão juntado ao presidente, no bunker.
Um grupo de pessoas acompanhou-me”, explicou Trump, sobre as visitas inspetivas que alega ter feito ao bunker.
Secretário da Defesa opõe-se ao envio do exército
O secretário da Defesa norte-americano disse esta quarta-feiras publicamente que se opõe ao envio do exército para travar as manifestações antirracistas que estão a ocorrer nos Estados Unidos após a morte de um homem negro às mãos da polícia.
“Não sou favorável a decretar o estado de insurreição”, que permitiria ao Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enviar soldados no ativo para enfrentar cidadãos norte-americanos, nem os reservistas da Guarda Nacional, declarou Mark Esper numa conferência de imprensa.
George Floyd, um afro-americano de 46 anos, morreu em 25 de maio, em Minneapolis (Minnesota), depois de um polícia branco lhe ter pressionado o pescoço com um joelho durante cerca de oito minutos numa operação de detenção, apesar de Floyd dizer que não conseguia respirar.
Desde a divulgação das imagens nas redes sociais, têm-se sucedido os protestos contra a violência policial e o racismo em dezenas de cidades norte-americanas, algumas das quais foram palco de atos de pilhagem.
Pelo menos mil pessoas foram detidas e o recolher obrigatório foi imposto em várias cidades, incluindo Washington e Nova Iorque.
Os quatro polícias envolvidos no incidente foram despedidos, e o agente Derek Chauvin, que colocou o joelho no pescoço de Floyd, foi detido, acusado de assassínio em terceiro grau e de homicídio involuntário.
A morte de Floyd ocorreu durante a sua detenção por suspeita de ter usado uma nota falsa de 20 dólares (18 euros) numa loja.