Trump vai renunciar ao salário de Presidente: "Receberei um dólar por ano" - TVI

Trump vai renunciar ao salário de Presidente: "Receberei um dólar por ano"

Donald Trump

Novo Presidente dos Estados Unidos deu a primeira entrevista ao programa "60 minutos", onde falou de promessas e anunciou medidas para o seu mandato, como a nomeação de juízes antiaborto e pró-armas no Supremo Tribunal

Donald Trump vai renunciar ao salário anual de 400 mil dólares do cargo de presidente dos Estados Unidos, anunciou o próprio, em entrevista ao programa "60 minutos" da CBS, difundida no domingo à noite. 

Não vou receber o salário. Não vou”, disse, confirmando uma promessa feita num vídeo de campanha, em setembro. Penso que, por lei, só tenho de receber um dólar, por isso receberei um dólar por ano”, afirmou o multimilionário, cuja fortuna pessoal foi estimada, no início de outubro, em 3,7 mil milhões de dólares, pela revista Forbes. 

Na mesma entrevista, a primeira após vencer as presidenciais de 8 de novembro, o presidente eleito dos Estados Unidos disse que vai nomear, para o Supremo Tribunal, juízes contra o aborto e favoráveis à posse de armas de fogo.

"Os juízes serão antiaborto", explicou, garantindo, ao mesmo tempo, que os juízes serão "muito favoráveis à Segunda Emenda" da Constituição norte-americana, que garante o direito de cada cidadão dos Estados Unidos possuir uma arma de fogo.

Aos manifestantes que nos últimos dias têm contestado a sua eleição, o novo Presidente dos Estados Unidos diz-lhes para nada recearem.

Não tenham medo. Vamos restabelecer o nosso país.”

Por outro lado, e apesar de ter afirmado que vai expulsar entre dois a três milhões de imigrantes ilegais no país e que o muro na fronteira com o México é para construir, o republicano pediu “algum tempo” e condenou qualquer agressão contra minorias no país, depois de dezenas de casos de agressões terem sido assinalados desde que foi eleito.

Digo [aos autores destas agressões verbais ou ameaças] que não façam isso, é terrível, porque eu vou reunificar este país”, declarou, voltando-se em seguida para a câmara para dizer “parem”.

Na mesma entrevista, ao "60 minutos", Trump disse que está a reconsiderar a ideia de nomear um procurador especial para investigar Hillary Clinton no caso dos emails, porque não quer “prejudicá-la” nem ao marido, Bill Clinton.

“Vou pensar nisso. Não quero prejudicá-los”, indicou.

“Quero concentrar-me nos empregos, nos cuidados de saúde, quero concentrar-me na fronteira e na imigração, e fazer um projeto de lei sobre imigração que seja realmente bom. Queremos ter uma boa lei de imigração”, disse, enumerando as prioridades do seu futuro Governo.

Obama tranquiliza Europa

O Presidente norte-americano, Barack Obama, viaja hoje para a Grécia e Alemanha numa última visita oficial à Europa antes de ser substituído por Donald Trump, que chegou a classificar como “inapto” para a presidência.

“Acho que o plano da viagem é dar a todos alguma segurança de que conseguimos sobreviver a esta campanha e vamos conseguir sair bem dela”, disse à agência AFP Heather Conley, do Centro para Estudos Estratégicos e Internacionais, em Washington. “Temos apenas um cenário diferente agora”, acrescentou.

Em nome de uma transição pacífica de poder, o Presidente norte-americano, que criticou o magnata republicano durante a campanha, tem agora de tentar tranquilizar os seus homólogos europeus em relação ao futuro da democracia do seu país sob a presidência de Donald Trump, consideram os analistas.

Noutro plano, a ministra dos Negócios Estrangeiros do México, Claudia Ruiz Massieu, afirmou no domingo que o Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, não terá um “poder ilimitado” para tomar decisões quando assumir o cargo.

“Como Presidente dos Estados Unidos, o próximo Presidente [Donald Trump] pode ter um grande poder, mas não é um poder ilimitado”, declarou Ruiz Massieu durante um fórum de negócios em Puebla, a 130 quilómetros da Cidade do México.

A ministra lembrou que o Presidente de qualquer país, e também dos Estados Unidos, “tem limites reais, limites de um sistema de equilíbrios onde o Congresso tem uma enorme capacidade de ação para modular propostas”.

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