Nova ação de campanha, nova polémica. O candidato republicano à presidência dos EUA, Donald Trump, está novamente envolto em controvérsia depois de ter proferido uma declaração que parece sugerir o assassinato ou uma retaliação violenta contra a adversária Hillary Clinton.
Num comício em Wilmington, Estado da Carolina do Norte, Donald Trump afirmou que a candidata democrata tem intenção de abolir a segunda emenda da constituição – aquela que salvaguarda o direito ao uso e porte de arma dos americanos – e que isso será facilmente conseguido se Hillary eleger os juízes Supremo Tribunal. Depois acrescentou que nesse caso “não há nada que se possa fazer” para o impedir, deixando no ar que os defensores da segunda emenda talvez possam encontrar forma de o impedir.
Hillary quer abolir, essencialmente abolir, a segunda emenda. Se ela conseguir escolher os juízes, não há nada que possam fazer. Talvez os defensores da segunda emenda possam, não sei”, disse o candidato republicano.
Como escreve a CNN, os comentários de Trump foram imediatamente interpretados do lado democrata como um incentivo a atos de violência contra Hillary Clinton. Robby Mook, o diretor da campanha da candidata publicou entretanto um pequeno comunicado na conta oficial de Twitter da candidata onde condena as declarações de Trump.
O que [Donald] Trump disse é perigoso. Alguém que quer ser presidente dos Estados Unidos não deve sugerir qualquer forma de violência”, lê-se no comunicado.
"A person seeking to be the President of the United States should not suggest violence in any way." pic.twitter.com/Uu55CBCqdK
— Hillary Clinton (@HillaryClinton) 9 de agosto de 2016
Após a reação dos media às declarações de Trump, Jason Miller, diretor de comunicação da campanha do magnata, quis deixar claro que as declarações do candidato devem ser interpretadas como um apelo ao voto em Trump, e não como um incentivo à violência.
Chama-se poder da unificação. Os apoiantes da segunda emenda têm um espírito fantástico e são muito unidos, o que lhes dá poder político. Este ano vão votar em massa, e não será na Hillary Clinton, será em Donald Trump."
Também Donald Trump publicou uma declaração semelhante na sua conta oficial de Twitter.
Os media querem desviar as atenções da opinião de Hillary sobre a segunda emenda. Eu disse que os defensores da segunda emenda devem votar para salvar a nossa constituição!"
Media desperate to distract from Clinton's anti-2A stance. I said pro-2A citizens must organize and get out vote to save our Constitution!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 10 de agosto de 2016