Viagens e estadias da família Trump podem custar centenas de milhões - TVI

Viagens e estadias da família Trump podem custar centenas de milhões

  • Élvio Carvalho
  • 21 fev 2017, 15:52
Primeiro baile oficial de Donald Trump

O estilo de vida “diferente” do presidente norte-americano e da sua família é pago pelos contribuintes norte-americanos. O Washignton Post fez as contas e as despesas vão ultrapassar largamente as de Obama

As despesas com viagens, estadias e proteção de Barack Obama e sua família terão atingido os 97 milhões de dólares (92 milhões de euros) – segundo uma estimativa do observador Judicial Watch - durante os oito anos que o democrata esteve na presidência dos EUA. Um número elevado, mas que poderá vir a ser multiplicado durante a administração de Donald Trump, e em poucos anos.

As contas foram feitas pelo jornal Washington Post (WP), que estimou os gastos da família Trump durante o primeiro mês da presidência. Só três viagens ao resort Mar-a-Lago, na Flórida, propriedade do milionário, já terão custado 10 milhões de dólares aos contribuintes norte-americanos.

Na verdade, uma viagem de um presidente, seja nos EUA ou num país com um PIB mais modesto, é sempre cara. Além das viagens e da estadia do chefe de Estado e seus acompanhantes é necessário pagar toda a logística que garante a segurança da família presidencial, garantida, neste caso, pelos Serviços Secretos. No entanto, a conta de Trump está a crescer rapidamente devido às sucessivas viagens ao fim de semana e às deslocações dos seus vários filhos, que vão ao estrangeiro em negócios.

Além das três viagens a Mar-a-Lago, o WP descreve outras despesas: por exemplo, só para parar o trânsito em Palm Beach, onde fica localizado o resort, as despesas já ascendem a dezenas de milhares de dólares. Ao mesmo tempo, a Câmara de Nova Iorque gasta 500 mil dólares (474 mil euros) por dia para proteger a Torre Trump, edifício onde reside a mulher e filho mais novo do presidente. Só esta última despesa pode chegar aos 183 milhões de dólares (173 milhões de euros), ultrapassando o total de Obama.

Os Serviços Secretos e os empregados da embaixada dos EUA no Uruguai gastaram 100 mil dólares (94 mil euros) para proteger Eric Trump, filho do presidente, durante uma viagem para inaugurar um condomínio da marca do magnata naquele país. Viagem que não foi pontual: ainda no sábado, Eric e Donald Trump Jr. viajaram até aos Emirados Árabes Undos para inaugurar um resort da mesma marca. Com eles, obrigatoriamente, foram os Serviços Secretos.

A segurança de Trump e da família não é apenas garantida pelos Serviços Secretos. Cada vez que o presidente se desloca a Palm Beach, por exemplo, a polícia coloca mais agentes nas ruas, o que tem custos, nomeadamente, ao nível das horas extras. Só nos 25 dias que Trump passou no resort desde a eleição, escreve o WP, já foram pagos 60 mil dólares (56 mil euros) em horas extraordinárias a agentes.

Jonathan Wackrow, funcionário dos Serviços Secretos há 14 anos, descreve a logística em redor da segurança de Trump como um “pesadelo” e teme pelo bem-estar dos agentes.

É um pesadelo logístico. (…) [Há agentes] em risco de severo de esgotamento, e a última coisa que se quer é isso”.

No entanto, um porta-voz dos Serviços Secretos contraria estas palavras e garante que a agência está preparada para o desafio da administração de Donald Trump.

Todas as administrações são desafios únicos, aos quais os Serviços Secretos se adaptaram com sucesso. Independentemente da localização, os Serviços Secretos têm confiança no nosso plano de segurança.”

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