Tusk diz que UE não pode compactuar com hipocrisias no caso da morte de Khashoggi - TVI

Tusk diz que UE não pode compactuar com hipocrisias no caso da morte de Khashoggi

  • AM
  • 24 out 2018, 10:46
Donald Tusk

Presidente do Conselho Europeu defendeu único interesse da UE deve ser conhecer os detalhes da morte do jornalista saudita sem compactuar com hipocrisias

O presidente do Conselho Europeu instou a União Europeia a manter-se à margem de “qualquer jogo ambíguo” no caso de Jamal Khashoggi, defendendo que o único interesse europeu deve ser conhecer os detalhes da morte do jornalista saudita.

Discursando diante dos eurodeputados no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, onde hoje debate os resultados do último Conselho Europeu, Donald Tusk reservou o final da sua intervenção ao “assassinato chocante do jornalista saudita Jamal Khashoggi”.

“Foi um crime tão horrendo que até o mínimo rasto de hipocrisia nos envergonharia. Não é o meu papel revelar quem quer proteger os interesses de quem, mas sei uma coisa: o único interesse europeu é que todos os detalhes deste caso sejam revelados, independentemente de quem seja responsável por ele”, defendeu.

O presidente do Conselho Europeu apelou à “sensibilidade e determinação” dos eurodeputados, garantindo acreditar que estes não permitirão que “a Europa, os seus Estados-membros e instituições, se envolvam em qualquer jogo ambíguo”.

Jamal Khashoggi, um colaborador do jornal norte-americano The Washington Post e um reconhecido crítico do homem forte do regime saudita, o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, foi assassinado a 2 de outubro dentro do consulado saudita em Istambul, Turquia, onde se dirigiu para obter documentação para casar com a noiva, uma cidadã turca.

As autoridades sauditas afirmaram durante 18 dias que o jornalista tinha saído vivo do consulado.

No sábado passado, Riade mudou a sua versão sobre o caso e reconheceu o homicídio, sustentando que foi cometido durante "uma operação não-autorizada", uma explicação recebida com ceticismo no estrangeiro.

O Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, disse na terça-feira, numa intervenção no parlamento turco, que a morte de Jamal Khashoggi foi cuidadosamente premeditada e que o jornalista saudita foi vítima de um “assassínio selvagem”.

Segundo a Turquia, o assassínio foi cometido por um comando de 15 agentes sauditas enviados por Riade.

Um dos aspetos ainda por apurar é a localização dos restos mortais do jornalista saudita.

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