Tentaram executá-lo mas não lhe encontraram uma veia sequer para o fazer - TVI

Tentaram executá-lo mas não lhe encontraram uma veia sequer para o fazer

  • 26 fev 2018, 13:00

Doyle Lee Hamm está condenado à morte no estado norte-americano do Alabama. Sofre de cancro. Organizações humanitárias pedem que a pena seja comutada e questionam mesmo o julgamento que o sentenciou

Quinta-feira passada, 18:00 locais (mais cinco em Lisboa), chegara a hora de Doyle Lee Hamm, 61 anos, condenado à morte pelo assassínio de Patrick Cunningham, funcionário de um motel, em 1987. Acabou por sobreviver e continuar à espera da execução da pena capital: duranet duas horas e meia, os carrascos não lhe conseguiram encontrar uma veia para lhe dar a injeção letal.

Pouco antes da meia-noite, Doyle Lee Hamm voltou à cela. Onde ainda aguarda, ao que se sabe.

Tornozelos, pernas, virilhas, um pouco por todo o corpo, os encarregados da execução de Doyle tentaram achar uma veia, segundo relata o jornal The Independent.

Ficou em grande sofrimento na tarde de ontem, por casua de todas as tentativas para lhe encontrar uma veia nas extremidades inferiores e nas virilhas", contou no dia seguinte o advogado Bernard Harcourt, que há 28 anos defende o condenado.

O advogado há muito que se bate pela comutação da pena do condenado. Argumenta que, em 2014, foi-lhe diagnosticado um linfoma. Daí que não deva ser executado com uma injeção letal, porque as suas veias estão "gravemente afetadas" devido ao cancro e ao tratamento e o procedimento causar-lhe-ia uma dor severa e desnecessária.

Funcionários das Nações Unidas ligados à defesa dos Direitos Humanos, tal como a Amnistia Internacional também defendem a suavização da pena. Até porque, segundo o jornal The Independent, têm sérias dúvidas sobre se o condenado teve um julgamento justo.

Além disso, a Amnistia Internacional argumenta que executar Doyle pode significar a inconstitucionalidade da injeção letal. Dado o estado em que tem as veias e o sofrimento que irá causar.

Do lado da justiça, na manhã do dia seguinte ao da execução abortada, o comissário do departamento corecional do Alabama, Jeff Dunn, de seu nome, afirmou que o pessoal médico "considerou que não iria achar uma veia antes do fim do mandado de execução". Que só durava até à meia-noite.

Não consideraria necessariamente o que se passou à noite como um problema... foi mais uma questão de tempo", afirmou o comissário.

Ainda assim, a execução abortada, o estado físico do condenado e os protestos de defensores dos direitos humanos levaram o juiz distrital que tem o processo em mãos, a ordenar um exame médico ao sentenciado.

Doyle Lee Hamm aguarda.

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