Narcotraficantes pagam seis mil euros para abater cadela-polícia - TVI

Narcotraficantes pagam seis mil euros para abater cadela-polícia

  • AFO
  • 30 jul 2018, 15:52
Sombra é cadela-polícia na Colômbia e já farejou mais de nove toneladas de droga. Agora é procurada pelo principal cartel do país

Sombra já farejou mais de nove toneladas de droga e ajudou a fazer cerca de 245 detenções na Colômbia. Agora, tem a "cabeça a prémio" e a polícia viu-se obriga a mudá-la de cidade para a proteger

Sombra, uma cadela polícia de seis anos que trabalha com a brigada antinarcóticos colombiana no combate ao tráfico de droga nos aeroportos, tem a "cabeça a prémio", estando a ser perseguida pelo principal grupo de traficantes da América do Sul, o Clan del Golfo, também conhecido como Os Urabeños. O grupo criminal está a oferecer 20 milhões de pesos colombianos (equivalente a seis mil euros) pela cadela de raça pastor alemão que tem o recorde de apreensão de drogas.

De acordo com a BBC, a cadela tem feito jus ao nome e tem sido uma autêntica heroína no combate ao tráfico: o seu nariz funciona como um autêntico radar, que já detetou mais de nove toneladas de drogas ilícitas e originou 245 prisões.

O que fez Sombra para se tornar um alvo abater?

Sombra faz parte da força antinarcóticos desde que era um cachorro e o trabalho que faz valeu-lhe, pelo segundo ano consecutivo, a medalha “Wilson Quintero” pela sua “contribuição inestimável” na luta contra o tráfico no país. A polícia diz que Sombra tornou-se "o terror" das organizações criminosas, sendo esse o motivo para a estarem a perseguir. 

A cadela ajudou as autoridades em portos na costa do Atlântico, incluindo a cidade de Turbo, onde toneladas de drogas são embarcadas em lanchas e, às vezes, em submarinos para serem enviadas para a Europa e os EUA. Numa rusga, a cadela farejou mais de cinco toneladas de cocaína que pertenciam ao Clan del Golfo, conseguindo, com isso, impedir o envio da droga para a Europa, tendo o grupo perdido muito dinheiro com a apreensão.

Sombra é uma autêntica celebridade: várias pessoas costumam tirar selfies ao lado dela nos aeroportos e a polícia colombiana não se acanha quando se trata de elogiar, no Twitter, o trabalho da colega canina. A 20 de julho, por exemplo, era considerada “o tormento de Otoniel”, precisamente o líder do cartel que agora quer a cabeça do animal.

As ameaças já tiveram efeitos: o general Jorge Nieto, chefe da polícia nacional colombiana, ordenou que a cadela fosse transferida para o Aeroporto Internacional Internacional El Dorado, em Bogotá, onde está mais segura. A Direção Antinarcóticos da Polícia colombiana confirmou à BBC que a cadela, que agora é acompanhada por mais polícias, se encontra a salvo, uma vez que está fora da principal zona de influência do grupo.

O facto de quererem fazer mal a Sombra e oferecer uma elevada recompensa pela sua captura e morte mostra o impacto que o trabalho dela tem tido”, disse um porta-voz da polícia colombiana ao jornal britânico The Telegraph.

Sombra estava num canil na cidade turca de Antioquia quando foi "recrutada" pela polícia colombiana. Desde então, foi treinada para colocar o focinho em tudo o que são bagagens que passam pelos aeroportos da Colômbia para detetar drogas. 

A sua primeira grande apreensão aconteceu em março de 2016, quando deu com o nariz em mais de dois mil quilos de cocaína num carregamento de bananas que ia para a Bélgica. Desde então que tem sido a estrela da polícia colombiana e a principal inimiga dos traficantes de droga do país. 

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