Presidente das Filipinas admite ter mandado matar político - TVI

Presidente das Filipinas admite ter mandado matar político

  • Henrique Magalhães
  • 18 set 2019, 16:31
Rodrigo Duterte

Rodrigo Duterte afirmou ter feito uma emboscada a um político filipino que sofreu uma tentativa de assassinato em 2018. Porta-voz desmente e diz que o presidente não se expressou bem porque não domina a língua.

O presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, afirmou, esta terça-feira, ter ordenado o assassinato de um político no ano passado. Declarações feitas durante um discurso no palácio presidencial, em Manila.

Enquanto Duterte protestava contra a corrupção e o tráfico de drogas nas Filipinas, o presidente aludiu ao Mayor Vicente Loot, que sobreviveu a uma tentativa de assassinato em Maio de 2018.

General Loot, seu filho da mãe, fiz-te uma emboscada, seu animal, e tu, mesmo assim, sobreviveste", afirmou.

No seu primeiro mês como chefe de estado, Duterte acusou  Vicente Loot de estar envolvido em crimes de narcotráfico, acusações que o Mayor desmentiu.

Salvador Panelo, um dos porta-vozes do presidente, afirmou esta quarta-feira que Rodrigo Duterte terá querido dizer “sofreste uma emboscada” e não “fiz-te uma emboscada”.  Salvador Panelo afirmou que o filipino não é a língua materna do presidente, mas sim o Visayan, um idioma falado maioritariamente nas zonas sul e centro das Filipinas.

É parvo e absurdo concluir que ele está por detrás da emboscada apenas porque não domina a linguagem Filipina, que não é nem a sua língua materna, nem a sua primeira língua”, afirmou Panelo.

Ainda durante o discurso, Rodrigo Duterte mencionou os nomes de Rolando Espinosa e de Reynaldo Parojinog, dois políticos assassinados pela polícia depois de ele os ter acusado de crimes relacionados com o consumo e tráfico de droga.

Loot, Espinosa e Parojinog pertencem a uma lista de mais de 100 políticos acusados por Duterte, em direto na televisão, de narcotráfico.   

Em fevereiro, Duterte afirmou que o número de toxicodependentes subiu de 7 milhões para 8 milhões, quase o dobro do registado quando assumiu a presidência em 2016.

De julho de 2016 a novembro de 2018 ocorreram cinco mil e cinquenta mortes resultantes da campanha anti-droga de Duterte, como confirma a agência filipina de combate ao narcotráfico.

Em julho de 2019, o Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas votou para dar início a um processo que pode começar uma investigação às mortes durante o mandato de Duterte.

Recorde-se que o presidente das Filipinas já tinha pedido ao congresso o regresso da pena de morte.

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