"Eu gostaria de pedir desculpas às vítimas e os sobreviventes. Eu fiz isso [cometeu o crime]. Sinto muito pela vida que tenho tido, pelo sofrimento que causei, e pelo terrível dano do meu comportamento. Eu sou muçulmano. A minha religião é o Islão. Rezo a Deus para conceder sua misericórdia sobre aqueles que foram afetados pelos bombardeamentos e suas famílias. Rezo por eles. Peço a Deus que tenha misericórdia de mim, do meu irmão e da minha família"
Debruçado sobre a mesa, e com um leve sotaque, Tsarnaev aparentava estar a ler uma declaração escrita.
A pena de morte já tinha sido anunciada a 15 de maio, com os juízes a decidirem por essa pena, em detrimento da prisão perpétua. Mas só esta quarta-feira é que o jovem foi condenado formalmente, mais de dois anos depois dos atentados que ocorreram a 15 de abril de 2013, matando três pessoas e ferindo mais de 260.
Tsarnaev também foi condenado pelo assassinato de um polícia, vários dias depois dos ataques e antes de ser apanhado.
Os procuradores já tinham defendido que Dzhokhar Tsarnaev era um terrorista sem remorsos e merecia morrer por ter assassinado norte-americanos inocentes em nome da política.
Na formalização da sentença, o juiz George O'Toole A. Jr. disse, com todas as letras, que Tsarnaev será lembrado como um símbolo do mal.
"Ninguém vai lembrar-se que os seus professores gostavam de si, que era engraçado, um bom atleta. Sempre que seu nome for mencionado, o que vai ser lembrado é o mal que fez, que assassinou, que mutilou. Foi um auto-engano monstruoso. Teve que esquecer a sua própria humanidade"
Uma humanidade que partilhava com Martin Richard, 8 anos, o mais jovem das três vítimas do atentado, lembrou o juiz. À linha da meta, o que chegou naquele dia foi a morte planeada.
Tsarnaev estava acusado por 30 crimes e foi declarado culpado de todos . Dezassete deles eram passíveis de pena de morte.
Na reta final do julgamento, foram reveladas imagens comprometedoras que podem ter ajudado a ditar este destino ao jovem com agora 21 anos. Em causa, está um gesto com o dedo do meio , com uma conotação muito negativa, de olhar fixo em frente à câmara da sua cela, sem sinais de arrependimento, que parece ter chegado só hoje.