“A elevada dívida em relação ao PIB e as necessidades brutas de financiamento decorrentes do presente análise apontam para sérias preocupações quanto à sustentabilidade da dívida pública da Grécia”, lê-se num documento da Direção-Geral de Assuntos Económicos e Financeiros datado de 10 de julho, elaborado após o Governo liderado por Alexis Tsipras ter feito um pedido oficial de terceiro resgate.
Bruxelas cita um relatório de 2014 da Comissão Europeia e do Banco Central Europeu (BCE) para dizer que a dívida pública helénica era considerada sustentável até meados do ano passado, mas que desde então houve uma “deterioração significativa da sustentabilidade”, que atribui à não implementação de reformas estruturais, a receitas de privatizações abaixo do previsto e, mais recentemente, à falha de pagamentos do serviço da dívida e à introdução de controlo de capitais.
Embora menos pessimistas, estas previsões surgem em linha com as do FMI, que ontem divulgou que a zona euro deve ir "muito mais longe" do que o previsto para aligeirar a dívida da Grécia, podendo mesmo ter de perdoar uma parte.
O relatório do FMI considera que a dívida grega é “totalmente insustentável” e prevê que se vai aproximar dos 200% do seu PIB nos “dois próximos anos”, quando atualmente se situa em 175%.
Já esta quarta-feira, a Comissão Europeia propôs que a ajuda de emergência à Grécia, o chamado financiamento-ponte – de sete mil milhões de euros - seja feito através do fundo no qual participam todos os 28 Estados-membros da União Europeia, o Mecanismo Europeu de Estabililização Financeira (MEEF).
Este empréstimo teria a maturidade de três meses e seria disponibilizado de uma vez só.
Parlamento francês já aprovou acordo
Adiantando-se à votação no parlamento grego – que ainda decorre em Atenas - o parlamento francês já aprovou a ajuda financeira à Grécia.
Segundo informou a Assembleia, na sua conta de Twitter, 412 deputados franceses votaram a favor, 69 contra e 49 abstiveram-se.
#DirectAN l'Assemblée s'est prononcée POUR l'accord européen sur #Grece : 412 députés ont voté "pour" ; 69 "contre" et 49 se sont abstenus
— Assemblée nationale (@AssembleeNat) 15 julho 2015