Segundo a Reuters, Alexis Tsipras diz que o governo lutou uma “batalha” para não ter de fazer cortes nos salários e pensões, e espera que quando a Grécia conseguir regressar ao crescimento as receitas possam ser distribuídas.
Numa entrevista ao canal do Estado, o PM grego disse que a noite em que o acordo foi conseguido foi “má para a Europa”, mas o entendimento “imposto” salvou a Grécia de sair do euro e, por isso, tem de ser cumprido.
“Assumo as responsabilidades por todos os meus erros, assumo responsabilidade por um texto no qual não acredito, mas que assinei para evitar um desastre para o país, o colapso dos bancos”.
O líder do Syriza acredita que o país deve cumprir o ajustamento fiscal que o acordo prevê, assim como continuar o combate à evasão fiscal e à corrupção.
Sobre as negociações, o primeiro-ministro grego garantiu que achou que o referendo de há duas semanas fosse ajudar a Grécia a conseguir um acordo melhor, e que não esperava que os credores tomassem uma posição “vingativa” perante a consulta popular.
Tsipras excluiu, ainda, a possibilidade de eleições antecipadas, e garantiu que pretende cumprir o mandato de quatro anos.
"Não vou fugir a estas responsabilidades e vou tentar implementar o meu programa político nos próximos quatro anos. A dura realidade é que esta única saída para a Grécia foi-nos imposta".
Bancos podem ficar fechados mais um mês
Sobre a situação dos bancos, e controlo de capitais em vigor, Alexis Tsipras disse que os balcões podem continuar fechados mais um mês, até que o acordo com a Zona Euro seja finalizado, processo que pode durar quatro semanas.
O primeiro-ministro espera que, entretanto, o Banco Central Europeu aumente o teto de assistência de emergência que assegure a liquidez dos bancos.“A reabertura dos bancos depende da autorização do acordo, que deverá acontecer dentro de um mês”, disse, segundo a AFP.
Esta entrevista a Alexis Tsipras acontece na véspera da votação no parlamento grego do acordo conseguido com os credores.
O governo grego cedeu aos credores na segunda-feira ao aceitar mais austeridade - aumento de impostos e reforma no regime de pensões, entre outras medidas - em troca de um terceiro resgate internacional. A nova ajuda financeira à Grécia está neste momento estimada em 86 mil milhões de euros.