Cairo: número de mortos subiu para 24 e de feridos para 1100 - TVI

Cairo: número de mortos subiu para 24 e de feridos para 1100

Presidente do Parlamento diz que situação «está em boas mãos, nas mãos do Presidente Hosni Mubarak»

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Última actualização às 23:47

O exército egípcio dispersou manifestantes que tentaram tomar a televisão estatal e a polícia impediu-os de se dirigirem para o Parlamento, noticia a agência Reuters. O canal noticioso Al Arabiya havia dado conta que o edifício da televisão havia sido ocupado, mas a emissão não chegou a ser interrompida. No país, o número de mortos desta sexta-feira subiu para 24 e há ainda mais de 1100 feridos.

Segundo a Al Jazeera, os manifestantes tentaram também ocupar os ministérios dos Negócios Estrangeiros e da Informação, salientando que a sede do Partido Democrático Nacional (PDN), a que pertence Hosni Mubarak, foi incendiado .

Foram também incendiados pelo menos dez veículos da polícia. Nas imagens televisivas foi possível ver uma carrinha das autoridades em chamas, perto da sede da Al Jazeera no Cairo.

Os jornalistas desta estação deram conta de uma situação muito instável na capital, com o som de disparos, rebentamentos e muitos protestos, em pano de fundo, num claro desafio ao recolher obrigatório que foi alargado a todo o país. «Esta cidade não vai dormir esta noite», resumiu assim um dos jornalistas o ambiente que se vive no Cairo.

Apesar de ter sido anunciado que o presidente Mubarak iria fazer uma comunicação ao país, isso ainda não aconteceu. Já o presidente do Parlamento disse esta noite apenas que o controlo dos protestos que duram há quatro dias está «em boas mãos, mas mãos do Presidente Hosni Mubarak».

Mortos e feridos

Na última actualização, a agência Reuters dá conta de cinco mortos no Cairo, seis em Alexandria e 13 em Suez, só esta sexta-feira. A agência noticia ainda, citando fontes médicas, que 1030 manifestantes ficaram feridos na capital e 75 em Suez. Vários agentes da polícia também terão ficado feridos, mas não há dados oficiais.

Além do recolher obrigatório, foi dada ordem ao exército para tentar travar os protestos. Em Suez dezenas de manifestantes subiram para o cimo de tanques e há relatos que dão conta que os militares dispararam contra eles.

Contudo, há relatos que dão conta de aplausos e saudações por parte dos manifestantes aos militares, tanto no Cairo como em Alexandria.

ElBaradei em prisão domiciliária

Mohamed ElBaradei, prémio Nobel da paz de 2005 e opositor do regime de Mubarak, juntou-se aos manifestantes esta manhã. Depois de ter sido retido pela polícia no centro do Cairo, o ex-director da Agência Internacional para a Energia Atómica foi colocado em prisão domiciliária, segundo revelaram fontes da segurança egípcia À CNN.

ElBaradei regressou ao seu país esta quinta-feira desde Viena, onde reside, tecendo fortes críticas ao presidente egípcio, dizendo que está na altura de este «se reformar».

O prémio Nobel da Paz disse ainda estar preparado para liderar um governo de transição no país.

Numa declaração feita esta tarde, a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, disse que o seu país está «profundamente preocupado» com a situação actual no Egipto.

Em Davos, na Suíça, a chanceler alemã, Angela Merkel, avisou que a estabilidade no Egipto não pode ser alcançada à custa da liberdade de expressão e apelou ao fim da violência.



Jornalistas atacados pela polícia

A transportadora aérea do Egito suspendeu os voos a partir do Cairo por um período de 12 horas, após ter sido o imposto o recolher obrigatório em vigor entre as 18:00 e as 7:00, em resposta à generalização dos protestos populares.
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