Menina de 12 anos morre após ter sido submetida a mutilação genital feminina - TVI

Menina de 12 anos morre após ter sido submetida a mutilação genital feminina

  • AMA
  • 4 fev 2020, 13:06
Mutilação Genital Feminina

Nada Hasan terá sido mutilada sem qualquer tipo de anestesia. O caso aconteceu no final da semana passada, na província de Asiut, no Egito.

Nada Hasan, de 12 anos, morreu depois de ter sido submetida a mutilação genital feminina.

O caso aconteceu no final da semana passada, na província de Asiut, no Egito. Esta é uma prática ilegal neste país há 12 anos, mas ainda em vigor e generalizada entre a população.

De acordo com Ministério Público do país, que abriu uma investigação, os pais e a tia da criança terão levado a criança a uma clínica de um médico reformado para realização do procedimento, sem qualquer tipo de anestesia.

"Depois de abandonar o local, a menor sofreu complicações. O médico tentou salvá-la, mas a menina acabou por morrer", avançaram as autoridades, citadas pelo El Mundo. 

Os pais de Nada Hasan, que assistiram à cirurgia, e o médico, que a realizou, ficaram em prisão preventiva durante um período de quatro dias, mas podem  vir a enfrentar uma pena de 15 anos de prisão efetiva.

As autoridades exigiram que fosse feita uma autópsia, após o pai de Nada Hasan ter comunicado a morte da filha através da linha telefónica de apoio infantil. 

A procuradoria-geral garante que os responsáveis por este crime horrível serão devidamente punidos," ressalvam. 

A mutilação parcial ou total do tecido externo dos genitais femininos é praticada entre alguns povos para eliminar o prazer sexual da mulher.

O caso gerou idignação por parte daqueles que lutam pela proibição desta prática há várias décadas, entre eles as Nações Unidas.

A prática foi proibida no Egito em 2008, através da reforma do Código penal e da Lei de proteção das crianças, na tentativa de travar uma prática que é comum nas comunidades muçulmanas e cristãs do país.

Porém, a sua prevalência terá obrigado o governo a alterar a norma, multiplicando as sentenças de prisão a este tipo de crime.

Estamos indignados com o facto de que mortes como esta ainda aconteçam em 2020, apesar do progresso feito para a erradicação dessa prática violenta por meio de reforma da legislação, campanhas de consciencialização e contacto direto com as comunidades locais e líderes religiosos," denunciou a delegação das Nações Unidas no Egito.

Este tipo de mutilação vitimou, até julho de 2019, mais de 200 milhões de meninas e mulheres. A maioria das meninas e mulheres mutiladas vive em três dezenas de países de África, Meio Oriente e Ásia, onde práticas como a ablação (uma das versões da mutilação genital) são consideradas como um costume cultural ou religioso.

Continue a ler esta notícia

Mais Vistos

EM DESTAQUE