Jornalista egípcio preso por difundir fake news morre de Covid-19 - TVI

Jornalista egípcio preso por difundir fake news morre de Covid-19

Prisão

Mohamed Monir, de 65 anos, foi infetado com novo coronavírus enquanto estava em prisão preventiva no estabelecimento prisional de Tora, no Cairo

Morreu esta terça-feira, vítima de Covid-19, o jornalista egípcio que estava detido por alegadamente difundir notícias falsas.

Mohamed Monir, de 65 anos, foi infetado com novo coronavírus enquanto estava em prisão preventiva no estabelecimento prisional de Tora, no Cairo, capital do Egito.

De acordo com o Comité para a Proteção de Jornalistas, citado pelo The Guardian, o jornalista morreu numa unidade de isolamento do hospital do Cairo.

O porta-voz do sindicato dos jornalistas egípcio, Diaa Rashwan, confirmou a morte de Mohamed Munir através de uma publicação no Facebook, avançando que os dois estiveram em contacto "até aos momentos finais".

O jornalista foi detido no passado mês de junho, depois de uma intervenção na Al Jazeera TV, um canal banido pelo governo egípcio.

Quando a entrevista a Mohamed Monir foi emitida, o jornalista foi detido por procuradores, durante duas semanas, por alegadamente difundir notícias falsas, associação a um grupo terrorista e "mau uso" das redes sociais.

No Egito, os presos políticos podem permanecer em prisão preventiva durante anos, com base em acusações vagas. Muitas das vezes, com falta de condições de salubridade e sem acesso a cuidados médicos.

Mohamed Monir tinha diabetes e hipertensão arterial. Depois de ser detido, a sua saúde "deteriorou-se rapidamente" na sequência da infeção por Covid-19.

O jornalista chegou a publicar um vídeo nas redes sociais, onde são visíveis as dificuldades que tinha para respirar. 

Eu sei que se for para o hospital nunca irei sair de lá. Preciso de oxigénio. Alguém que me ajude, por favor, alguém que faça algo para me ajudar. Estou muito cansado", apelou o jornalista.

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