Vários artistas brasileiros votaram, este domingo, empunhando obras de grandes escritores brasileiros em protesto contra Jair Bolsonaro, o candidato do PSL (Partido Social Liberal).
O movimento, intitulado “Livro, Sim; Arma, Não”, pretendia incentivar os eleitores a levar livros para os locais de votação como forma de protesto contra o candidato da extrema-direita. A mensagem principal deste protesto é a luta por uma democracia, por uma melhor educação e pelo respeito pelos direitos humanos para os cidadãos do Brasil.
O movimento teve vários seguidores, como artistas e celebridades brasileiras que publicaram nas redes sociais os livros escolhidos para a votação.
Os atores Leticia Colin e Luis Lobianco votaram com os livros “Insubmissas Lágrimas de Mulheres”, de Conceição Evaristo, e “Devassos no Paraíso”, de João Silveiro Trevisan, respetivamente.
A atriz Mariana Ximenes levou consigo o livro "Cartas Perto do Coração", de Clarice Lispector e Fernando Sabino.
Já o ator Enrique Diaz votou com a obra “Cria da Favela”, da jornalista Reanta Souza.
O ator Matheus Nachtergaele votou com o livro do coreógrafo Wagner Schwartz, “Nunca juntos mas ao mesmo tempo”. Também a atriz Drica Moraes votou acompanhada da mãe, da filha e do livro “Para educar crianças feministas: Um Manifesto”, de Chimamanda Ngozi Adichie.
O também ator Bruno Gagliasso votou com o livro “O Ódio Que Você Semeia”, de Angie Thomas, e utilizou o Instagram para mostrar esse momento.
Deborah Secco e o marido, Hugo Moura, foram votar com livros nas mãos. A atriz levou a coletânea de Nelson Rodrigues, “A Vida Como Ela É… Em 100 Inéditos”, e o marido e a filha levaram exemplares semelhantes. Hugo Moura levou ainda uma camisola com a mensagem “#EleNão”.
Hugo Moura não foi o único a utilizar essa camisola como protesto contra Jair Bolsonaro. Também Túlio Gadêlha, eleito deputado federal por Pernambuco, votou com a mensagem “#EleNão”.
O ator Fábio Assunção levou um livro do autor português Valter Hugo Mãe, que se mostrou "muito honrado", via Instagram, aproveitando para enviar um abraço e "profunda esperança na paz". "Pudessem os livros salvar o mundo".
O ilustrador Toni D’Agostinho também foi às urnas acompanhado pelo livro “Homens em Tempos Sombrios”, de Hannah Arendt.
O chargista e ilustrador Toni D'Agostinho também foi votar armado hoje! Hannah Arendt e o "Homens em Tempos Sombrios" o acompanharam! É pelo povo brasileiro, é pela educação e contra o ódio e a violência #ViraVirouHaddad pic.twitter.com/ycj8MtSkXo
— sǝɹʌıן sɐʇsıןɐuɹoɾ (@J_LIVRES) 28 de outubro de 2018
Este protesto vem no seguimento do pedido que Fernando Haddad fez no último direto do seu Facebook. O candidato às eleições presidenciais pediu aos eleitores que levassem livros quando fossem votar.
Deixem o ódio de lado; urna é lugar de depositar esperança."
Cerca de 147 milhões de eleitores foram chamados este domingo às urnas para decidir quem será o próximo presidente do Brasil: Jair Bolsonaro ou Fernando Haddad.