Candidato conservador alemão “encostado às cordas” na corrida a chanceler - TVI

Candidato conservador alemão “encostado às cordas” na corrida a chanceler

  • PP
  • 15 ago 2021, 08:41
Armin Laschet

Armin Laschet, líder da União Democrata-Cristã (CDU), está na corrida para ser o próximo chanceler, e suceder a Angela Merkel. Já liderou as sondagens, mas, na fase final, há poucas certezas

A campanha de Armin Laschet, líder da União Democrata-Cristã (CDU), na corrida para ser o próximo chanceler, não está a correr bem. Pelo contrário. Já liderou as sondagens, mas, na fase final, há poucas certezas do que o futuro reserva. Em menos de um mês, a aliança conservadora da União Democrata-Cristã (CDU) e da União Social-Cristã (CSU) da Baviera passou de 30% para 23%.

Na passada quarta-feira, no arranque oficial da campanha, Armin Laschet escolheu um clube de boxe, em Frankfurt, a capital financeira da Alemanha, para convencer os eleitores que ele tem o coração de um lutador, escreve o Politico Europe (uma organização de jornalistas independentes que se dedicam à análise política do mundo e da europa).

“Os pugilistas recebem muitos golpes, mas são especialmente capazes de se concentrar e de lutar”, afirmou Armin Laschet, após subir ao ringue, calçar umas luvas e dar uns golpes com a ajuda de um treinador.

Apesar dos conservadores defenderem que ele está pronto para lutar Os Verdes, na Alemanha, segundo as últimas sondagens, estão com 20%, e o Partido Social Democrata (SPD) subiu três pontos para os 19%. E é por isso que o Politico Europe considera que Armin Laschet está “encostado às cordas”, nos últimos rounds para as eleições de 26 de setembro. Uma data que ditará o fim de 16 anos de poder de Angela Merkel.

Ainda esta semana, o Der Spiegel escreveu que “o que Laschet tem oferecido ao público desde que foi nomeado, parece mais uma paródia eleitoral do que uma campanha que pode ser levada a sério”.

Apesar desta quarta-feira se ter dado início à campanha oficial, nas últimas semanas Armin Laschet tem feito aparências públicas e também dado entrevistas em programas de televisão.

Até o jornal diário conservador Allgemeine Zeitung, conhecido por ser um aliado dos democratas cristão, não poupa nas críticas ao líder da CDU: “Não podemos deixar de ficar com a impressão que ele prefere cancelar toda a campanha eleitoral, para esperar que os eleitores deem à CDU a maioria, apesar dos seus péssimos resultados” nas sondagens.

Habituado a ser visto com um “desfavorecido”, Armin Laschet surpreendeu o próprio partido, em 2017, quando venceu o Estado da Renânia do Norte-Vestfália para a CDU. Muitos duvidaram, mesmo, que pudesse vencer a corrida à liderança da CDU ou garantir o lugar de chanceler contra Markus Soeder, líder União Social-Cristã (CSU) da Baviera.

E de improvável vencedor desses desafios, terá sido a sua habilidade em navegar nos bastidores do partido que fez a diferença. Mas o seu destino nas próximas eleições está nas mãos dos eleitores e, até agora, o cenário não é bom. Por exemplo, a sua visita às zonas devastadas pelas inundações no mês passado, terminou num desastre de relações públicas.

Julius van de Laar, uma estratega na área da política, não tem dúvidas que “as manchetes negativas, nas últimas semanas, e a forma como lidou com a situação nas zonas onde ocorreram as inundações, estão na base da descida da CDU”. “Podemos dar um passo em falso, mas dois já se tornam uma tendência”, conclui.

A situação das sondagens e da queda da CDU/CSU é delicada, tanto dentro como fora do partido. Até metade do eleitorado considera que ele devia entregar a candidatura a chanceler a Markus Soeder.

Questionado sobre as sondagens, Armin Laschet respondeu que: “As sondagens sobem e descem”.

O Politico juntou as sondagens mais credíveis e concluiu que a CDU/CSU perdeu 4 pontos percentuais em poucas semanas. E, ainda, que é pouco provável que uma coligação vitoriosa com apenas dois partidos. A possível ligação entre os conservadores e Os Verdes não chegará ao poder. Ambos poderão precisar da ajuda de outro partido como, por exemplo, o Partido Democrático Liberal (FPD) que tem subido os seus números e se encontra com 12% nas sondagens.

Até Markus Soeder, o seu parceiro da Baviera, já o acusou de fazer uma campanha “sonolenta”. “Não se pode entrar na chancelaria, numa carruagem-cama”, afirmou numa entrevista recente.

Continue a ler esta notícia

EM DESTAQUE