Os independentistas não estão unidos. A Candidatura de Unidade Popular (CUP), da extrema-esquerda separatista catalã, decidiu este domingo concorrer sozinha às eleições da Catalunha, marcadas para 21 de dezembro.
A Esquerda Republicana Catalã também vai concorrer com uma lista própria, liderada por Oriol Junqueras e integrada por todos os ex-ministros regionais em preventiva. Um revés para o destituído presidente catalão, Carles Puidgemont, que pretendia que os independentistas fosse juntos às urnas.
Agora, Puidgemont deverá liderar uma lista promovida apenas pelo Partido Democrata Europeu da Catalunha, a chamada "lista do presidente".
No caso da CUP, a decisão de apresentar uma candidatura “o mais ampla possível, claramente de rutura, independentista e de esquerda” foi aprovada esta tarde de domingo, em assembleia, com 64% dos votos.
Inicialmente votou-se sobre se o partido concorria ou não às eleições regionais, que a CUP considera “ilegítimas” por terem sido convocadas pelo Governo de Mariano Rajoy após a declaração unilateral de independência da Catalunha e a aplicação do artigo 155 da Constituição espanhola que retira a autonomia à região.
Mais de 90% dos participantes na Assembleia Nacional Extraordinária da formação votaram pela participação nas eleições.
Embora tenha decidido concorrer sozinha, a CUP admite que a sua lista possa integrar pessoas externas à formação, dado pretender ser “tão ampla quanto o possível”.
O Governo espanhol convocou eleições na Catalunha para 21 de dezembro, depois de ter decidido aplicar o artigo 155 da Constituição, que suspende a autonomia da região. O executivo regional foi destituído e o parlamento regional dissolvido.
As decisões do executivo de Mariano Rajoy, apoiadas pelo maior partido da oposição, os socialistas do PSOE, aconteceram depois de a declaração de independência da Catalunha ter sido aprovada em 27 de outubro por 70 dos 135 deputados do parlamento catalão. A votação decorreu sem a presença da oposição, que abandonou a assembleia regional.
Rajoy apelou hoje em Barcelona para que a “maioria silenciosa e silenciada converta a sua voz em voto” nas eleições regionais.