Três manifestantes foram mortos em Harare, em confrontos com a polícia e exército, durante os protestos levados a cabo nas ruas da capital por apoiantes do candidato presidencial da oposição, face a alegadas fraudes nas eleições gerais de segunda-feira.
O número de mortos foi noticiado pela televisão estatal ZBC, tendo como base declarações do porta-voz da polícia, Charity Charamba, segundo o qual as vítimas ainda não foram identificadas.
Centenas de partidários da oposição do país africano, a leste de Moçambique, saíram esta quarta-feira à rua na capital do Zimbabué após o anúncio oficial da vitória nas legislativas do partido no poder desde 1980, a União Nacional Africana do Zimbabwe – Frente Patriótica (ZANU-PF).
A polícia e o exército intervieram para tentar dispersar os manifestantes que se concentraram junto ao complexo da comissão eleitoral.
O presidente Emmerson Mnangagwa, que sucedeu em novembro a Robert Mugabe, afastado após 37 anos no poder por um golpe do exército e do seu partido, lançou um apelo à calma.
Chegou o tempo de mostrar responsabilidade e acima de tudo, chegou o tempo da paz. Neste período crucial, apelo a todos para pararem as declarações provocadoras (…) Devemos dar mostras de paciência e de maturidade” enquanto se aguardam os resultados definitivos, disse Mnangagwa na rede social Twitter.
At this crucial time, I call on everyone to desist from provocative declarations and statements. We must all demonstrate patience and maturity, and act in a way that puts our people and their safety first. Now is the time for responsibility and above all, peace
— President of Zimbabwe (@edmnangagwa) 1 de agosto de 2018
Em resposta, um porta-voz da oposição acusou a atuação do exército de ser desproporcional e injustificada, tornando-se a causa do clima de instabilidade e violência.
Observadores eleitorais da União Europeia e dos Estados Unidos disseram que os resultados das presidenciais deveriam ser divulgados o mais depressa possível para evitar “instabilidade”.
A comissão eleitoral divulgou esta quarta-feira os primeiros resultados parciais das legislativas, relativos a 153 das 210 circunscrições do país, indicando que a ZANU-PF obteve 110 lugares, enquanto o MDC (Movimento para a Mudança Democrática) conseguiu 41.
Segundo os dados, a ZANU-PF obteve a maioria absoluta na câmara baixa do parlamento zimbabueano.