Nacionalista Viktor Orban a caminho do terceiro mandato na Hungria - TVI

Nacionalista Viktor Orban a caminho do terceiro mandato na Hungria

  • SS - atualizada às 14:03
  • 8 abr 2018, 12:22
Viktor Orban

Os eleitores húngaros são chamados a votar este domingo nas eleições legislativas, que, segundo as sondagens, vão reeleger o nacionalista e conservador Viktor Orban, líder do partido Fidesz (Aliança Cívica Húngara). As eleições registaram a meio da manhã uma participação de 30%, superior à média da afluência desde 1990

Os eleitores húngaros são chamados a votar este domingo nas eleições legislativas, que, segundo as sondagens, vão reeleger o nacionalista e conservador Viktor Orban, líder do partido Fidesz (Aliança Cívica Húngara).

As eleições registaram a meio da manhã uma participação de 30%, superior à média da afluência desde 1990, decorrendo sem incidentes, informou o gabinete eleitoral húngaro (NVI).

As mesas de voto abriram às 06:00 e vão estar encerradas até às 18:00 locais (a mesma hora em Lisboa).

Orban, de 54 anos, tem a reeleição para um terceiro mandato praticamente garantida, surgindo nas sondagens como o grande favorito, graças à fragmentação da oposição e à consolidação do discurso anti-imigração.

O que não está garantido para o Fidesz é que consiga conquistar a maioria absoluta que atualmente detém no parlamento húngaro.

Orban é um dos políticos mais polémicos na Europa e a sua política anti-imigração levou a Hungria a braços-de-ferro frequentes com Bruxelas.

Entre 2010 e 2014, com uma maioria de dois terços no parlamento, Orban iniciou um processo de transformação do país para o que chamou uma “democracia iliberal”, que propõe a limitação de determinadas liberdades em nome do interesse nacional.

Durante esse mandato, o seu partido redigiu uma nova Constituição e muitas novas leis, como a polémica “lei da imprensa”, que restringiu a ação dos ‘media’ e foi muito criticada interna e externamente.

Nos últimos dias antes das eleições, Orban e o seu governo intensificaram as mensagens populistas e alarmistas sobre alegados perigos de uma possível vaga migratória de muçulmanos rumo ao país. Ao mesmo tempo, um diário conotado com a oposição revelou nos últimos dias vários escândalos de corrupção que, alegadamente, envolvem pessoas próximas de Orban.

As sondagens dão ao Fidesz 45% das intenções de voto, seguidos da extrema-direita Jobbik, com 20%, e da coligação entre os sociais-democratas MSZP e o centro-esquerda Diálogo (Párbeszéd) com 19%.

O primeiro-ministro húngaro declarou este domingo, ao depositar o seu voto, que "a União Europeia não está em Bruxelas".

A UE está em Berlim, Budapeste, Praga e Bucareste", numa aparente referência aos choques que manteve com as instituições europeias nos últimos anos, devido, por exemplo, à reforma constitucional húngara.

"A alta participação é uma boa notícia para aqueles que querem mudanças, porque sabemos que são uma maioria e a grande questão é se iriam votar ou não", assegurou, por seu lado, o candidato da coligação de esquerda, Gergely Karácsony.

Segundo os analistas, uma participação alta poderia ser benéfica para os partidos da oposição, que fizeram tudo para mobilizar os seus apoiantes.

Os eleitores húngaros depositam dois votos: um para os candidatos às 106 circunscrições do país e outro para as listas fechadas dos partidos, com o qual elegem outros 63 deputados do parlamento húngaro, que, tal como o português, só tem uma câmara.

Às 106 circunscrições apresentaram-se quase 1.500 candidatos, em representação de 105 organizações e partidos, muitos deles locais.

O gabinete NVI deverá publicar os primeiros resultados oficiais antes das 23:00.

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