A situação na Venezuela é vista como "muito grave" pelo Governo português, que tem mantido contacto permanente com as autoridades venezuelanas, a comunidade portuguesa e os serviços diplomáticos acompanhando a situação.
A situação social, económica e política na Venezuela é muito grave”, declarou à agência Lusa, José Luís Carneiro, por telefone, a partir da Alemanha.
A nossa grande preocupação neste momento é o de manter contactos permanentes quer com as autoridades venezuelanas, quer com os serviços consulares e diplomáticos, quer com o movimento associativo (para acompanhar a situação no país)”, referiu ainda o secretário de Estado.
Pelo menos 37 pessoas morreram e 717 ficaram feridas nos protestos que estão a decorrer, desde abril, na Venezuela, informou o Ministério Público venezuelano.
As autoridades detiveram "152 pessoas", na sequência das manifestações contra o Governo da Venezuela, acrescentou em comunicado, precisando que os registos foram atualizados até quinta-feira.
Temos, de facto, informações de que tem havido um recrudescimento de atos de alguma violência e também de destruição de estabelecimentos comerciais. Temos a informação que em Valência a situação tem sido difícil”, indicou ainda o secretário de Estado português.
Pelo menos uma dezena de estabelecimentos comerciais de portugueses foram saqueados desde terça-feira na Venezuela, em vários bairros da cidade de Valência.
A imprensa local dá conta de que desde 2 de maio último na cidade de Valência, pelo menos 60 estabelecimentos comerciais foram saqueados.
Os relatos que temos dos acontecimentos de hoje dizem-nos que as autoridades venezuelanas ajudaram alguns dos comerciantes portugueses a reabrirem os seus estabelecimentos”, afirmou José Luís Carneiro.
Trata-se de uma comunidade (portuguesa) que consta com 160 mil inscritos nos serviços consulares. Nós calculámos que sejam 200 mil portugueses (a residir na Venezuela) e depois com os lusodescendentes, fala-se em cerca de 500 mil a um milhão. Não há números muito rigorosos, temos apenas uma estimativa”, referiu Carneiro.
Carneiro reiterou o facto de a comunidade portuguesa estar bem enraizada na sociedade venezuelana.