Dois reatores nucleares vão ser encerrados no Japão - TVI

Dois reatores nucleares vão ser encerrados no Japão

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  • 22 dez 2017, 09:21
Reatores nucleares encerrados no Japão

Apenas cinco reatores nucleares se encontram operacionais atualmente, já que foram reforçadas as medidas de segurança do país, após o acidente nuclear de Fukushima

A operadora japonesa Kansai Electric Power anunciou esta sexta-feira oficialmente o encerramento, em 2019, de dois reatores nucleares envelhecidos devido ao elevado custo que implicaria coloca-los em conformidade com as novas normas de segurança pós- Fukushima.

Segundo a agência Lusa, com o fecho das unidades 1 e 2 da central nuclear de Oi, localizada na região de Fukui (oeste), cada uma com uma capacidade de 1.175 megawatts, sobe para 14 o número de reatores destinados ao encerramento definitivo no Japão desde o acidente nuclear de Fukushima, em 11 de março de 2011, desencadeado por um forte sismo seguido de tsunami.

Depois do desastre, a pior catástrofe nuclear do mundo depois de Chernobyl, na Ucrânia, em 1986, o Japão aumentou significativamente o grau de exigências em termos de segurança nuclear no país.

A Kansai Electric Power podia solicitar a prolongação, por 20 anos, do prazo de exploração das unidades 1 e 2 da central de Oi, colocadas ao serviço em 1979.

No entanto, a operadora estimou que os custos seriam demasiado altos, até porque prevê já investir cerca de 830.000 milhões de ienes (6.175 milhões de euros) para fazer com que os outros sete reatores, incluindo dois outros na central de Oi, de construção mais recente, fiquem em conformidade com as novas normas de segurança. 

Atualmente, apenas cinco reatores nucleares se encontram operacionais no Japão, todos de água pressurizada, contra 54 antes do desastre de Fukushima.

No entanto, o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, é favorável a um relançamento da energia nuclear no Japão, em nome da redução da sua forte dependência energética, do seu desenvolvimento económico e do respeito pelos seus compromissos contra as alterações climáticas.

O governo que dirige ambiciona alcançar uma produção de eletricidade procedente em 20 a 22% do nuclear até 2030, contra 30% antes de Fukushima. Porém, segundo especialistas, esse objetivo exige não apenas o reativar de reatores, mas a construção de novos.

No início de outubro, a Tokyo Electric Power (Tepco) obteve luz verde, de cariz técnico, por parte da entidade reguladora nuclear japonesa para relançar dois dos seus reatores no Japão, uma estreia para a operadora considerada responsável pelo acidente de Fukushima.

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