China ordena que minas "produzam o máximo de carvão possível" - TVI

China ordena que minas "produzam o máximo de carvão possível"

  • João Guerreiro Rodrigues
  • 20 out 2021, 13:51
Cidade Proibida, em Pequim, na China

O anúncio surge após várias semanas de quebras na eletricidade em várias províncias do interior do país

O Governo chinês ordenou a indústria de extração do carvão para “produzir o máximo de carvão possível”, numa tentativa de combater a crise energética que se vive no país e a tempo de contrariar o aumento do consumo de energia previsto para os meses mais frios do inverno.

O anúncio surge após várias semanas de quebras na eletricidade em várias províncias do interior do país, que levaram o governo de Pequim a ter de racionar o consumo de eletricidade durante as horas de pico e forçar algumas fábricas a suspender a produção. 

A medida tomada pela Comissão de Reforma e Desenvolvimento Nacional da China choca com as promessas ambiciosas de combater as alterações climáticas até 2030 proferidas pelo presidente Xi Jinping, que tinha imposto restrições à produção de carvão no início do ano.

O carvão, fonte de energia particularmente poluente, fornece cerca de 60% da produção de eletricidade na China.

Para além do apelo, a Comissão exige que os produtores, particularmente na região interior da Mongólia, extraiam o máximo de carvão possível até ao final do ano. Para além disso, o encerramento de minas de carvão é agora ilegal.

Outra das medidas tomadas pelo executivo chinês foi o aumento do preço da eletricidade em cerca de 20% nas províncias que viram maior aumento da procura.

Na China, os preços da eletricidade são regulados e não podem oscilar mais ou menos de 10% em relação ao valor padrão. O limite foi aumentado para 20% para as empresas, mas não há limite para setores intensivos em energia, como a produção de aço.

Após vários dias de racionamento energético nas províncias mais afetadas e de aumento na produção do carvão, a China garante que já tem mais de 24 dias de energia armazenada para fazer frente às necessidades.

Algumas empresas ocidentais que têm cadeias de produção no país já reduziram as suas operações para ir ao encontro das exigências de Pequim e das autoridades locais. Foi esse o caso com a Apple, que já anunciou uma redução da produção. 

Recorde-se que também a União Europeia se encontra com graves problemas em torno da escalada dos preços da energia, particularmente do gás natural, cujo consumo é fundamental durante os meses de inverno na Europa Central. A dependência energética da União Europeia já levou Ursula Von der Leyen a pedir “um verdadeiro trabalho de equipa” europeu para resolver o problema. 

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