Autorizou hospital a desligar máquinas ao irmão que afinal era um desconhecido - TVI

Autorizou hospital a desligar máquinas ao irmão que afinal era um desconhecido

  • MP
  • 30 jan 2019, 17:29
Máquina hospitalar

Mulher processou hospital norte-americano pelo engano de identidades. Deu aval a pôr fim à vida de um homem, pensando que era o irmão mais novo em morte cerebral

Frederick Clarence Williams deu entrada no hospital de St. Barnabas, no Bronx, Nova Iorque, depois de sofrer uma overdose de drogas. E Shirell Powell foi contactada pela unidade de saúde, informando-a de que o seu 'irmão' se encontrava internado. Dois dias depois, ele ficou em morte cerebral e ela acabou por dar autorização para lhe desligarem as máquinas. Acontece que a vítima não era, afinal, o seu irmão.

Tudo aconteceu no dia 15 de Julho do ano passado, quando Frederick Clarence Williams, de 40 anos, foi internado no hospital. Os funcionários verificaram a existência de um Frederick Williams nos registos, porém tratava-se de outro paciente com o mesmo nome. Consequentemente, acabaram por contactar a família errada. 

De acordo com a agência de notícias Associated Press, assim que Shirell chegou ao hospital e olhou para o suposto irmão, achou que não se tratava do "seu Frederick". Assim como, posteriormente, outros membros da família.

Aquele não é meu irmão", disse outra irmã de Shirell, que, mais tarde, esteve no hospital para se despedir do familiar.

Porém, devido às semelhanças faciais e aos grandes inchaços que tinha no rosto, os familiares acabaram por acreditar que seria mesmo Frederick".

Máquinas desligadas 

No dia 29 de julho, com o paciente em morte cerebral, a irmã Sherill deu autorização para as máquinas serem desligadas. Porém, quem acabou por morrer não foi quem seria suposto.

Duas semanas depois, um médico-legista da cidade confirmou a existência de um erro por parte do hospital na identificação do paciente. Enquanto que o suposto irmão se chamava Frederick Clarence Williams, o verdadeiro irmão de Sherill chama-se apenas Frederick Williams.

O verdadeiro irmão da Sherill estava vivo, mas tinha sido preso no dia um de julho e a família não tinha conhecimento da detenção. 

A família de Frederick Williams processou o hospital que terá agora de responder em tribunal. 

Quase desmaiei porque matei alguém que nem sequer conhecia. Dei o meu consentimento", contou a nova-iorquina Shirell Powell, de 48 anos.

Mais tarde, a irmã de Frederick viu-se também obrigada a dar explicações ao verdadeiro irmão, preso, a quem telefonou e que se mostrou surpreendido pela decisão de Sherill.

Ias-me matar?", terá perguntado o verdadeiro irmão, ao que ela respondeu que "uma vez em morte cerebral, não há nada a fazer".

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