Sinceridade ou falta de tato, certo é que o turco Senol Buran está agora em maus lençóis. É ele quem explora o bar nas instalações do jornal Cumhuriyet, um dos mais críticos para o presidente Recep Erdogan, e foi detido no dia 24 de dezembro, quando ia para o trabalho.
Buran é acusado de insultar o presidente da Turquia, conhecido por ser pessoa difícil de assoar. Foi detido por ordem de um juiz e arrisca uma pena de quatro anos de prisão.
Tudo porque quando seguia para o trabalho, foi mandado parar por uma barreira policial. Aí lhe explicaram que se tratava de uma medida de segurança criada por causa de um discurso de Recep Erdogan.
A esse homem não lhe serviria uma chávena de chá", terá dito o dono do bar, segundo relatou a polícia. Que, por isso, lhe deu ordem de prisão e o deteve.
Mais um detido no jornal da oposição
Senol Buran nega de toda a maneira ter dito aquilo que o acusam. Mas mantém-se detido à espera de julgamento.
Na prática, é mais uma entra as muitas baixas no jornal Cumhuriyet, desde que a intentona de golpe militar de julho.
Entre os que trabalham no jornal, muitos foram os que foram detidos, suspensos e despedidos.
Só no mês passado, dez elementos do Cumhuriyet foram presos e aguardam julgamento, acusados de apoiar os rebeldes curdos e o clérigo islâmico Fethullah Gulen, que o governo turco acusa de ser o cérebro do falhado golpe de Estado e pretende ver extraditado pelos Estados Unidos.