O governo espanhol e o PSOE chegaram a acordo, na manhã desta sexta-feira, para que haja eleições na Catalunha em janeiro, de modo a "restabelecer a legalidade" na região.
Esta é uma das medidas que vão ser aprovadas no Conselho de Ministros extraordinário deste sábado, com vista à aplicação do artigo 155 da Constituição espanhola, que pode suspender a autonomia da Catalunha.
Foi a socialista Carmen Calvo, responsável pelas conversações entre o PSOE e o executivo de Mariano Rajoy sobre a questão catalã, que deu a notícia ao canal TVE.
A decisão já teve a reação do vice-presidente da Generalitat, Oriol Junqueras, que, esta manhã, disse que esta "não era a melhor maneira de avançar".
Na quinta-feira, Mariano Rajoy já tinha avisado que este sábado, num Conselho de Ministros extraordinário, seriam aprovadas as medidas necessárias para suspender a autonomia da Catalunha.
O governo continuará com os trâmites previstos no artigo 155 da Constituição para restaurar a legalidade", frisou Rajoy.
O governo espanhol já fez saber que vai recorrer a todos os meios ao seu dispor para travar a independência da região.
Por sua vez, o presidente do governo regional, Carles Puigdemont, ameaçou declarar a independência se Madrid persistir "em impedir o diálogo e continuar a repressão".
Recorde-se que a aplicação do artigo 155 da Constituição confere poderes especiais ao governo central - incluindo a possibilidade de suspender a autonomia da Catalunha. Algo que nunca aconteceu nos últimos 40 anos, mesmo quando o separatismo basco era uma constante dor de cabeça.
No dia 1 de outubro, mais de dois milhões de catalães votaram no referendo realizado pelo governo catalão, sem a autorização de Madrid. Cerca de 90% dos votantes expressaram-se a favor da independência.
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