Família de vítima de Covid-19 processa diretor de saúde espanhol por homicídio negligente - TVI

Família de vítima de Covid-19 processa diretor de saúde espanhol por homicídio negligente

Fernando Simón - diretor da Direção-Geral de Saúde de Espanha

Na queixa contra o epidemiologista Fernando Simón, diretor do Centro de Coordenação de Alertas e Emergências de Saúde Pública, consta ainda um crime contra os diretos dos trabalhadores e falsificação de documentos

A família de uma das vítimas mortais da Covid-19 em Espanha apresentou uma queixa contra o diretor do Centro de Coordenação de Alertas e Emergências de Saúde Pública, Fernando Simón, por homicídio negligente.

O epidemiologista, que diariamente faz o balanço da evolução da doença no país, é ainda acusado de um crime contra os direitos dos trabalhadores e falsificação de documentos, segundo a queixa apresentada.

Em causa, para a família da vítima, estão as "directrizes erradas sobre a pandemia", que já fez mais de 26.000 mortos em Espanha, um dos países mais afetados.

Os familiares pedem, ainda, ao tribunal que seja aberta uma investigação e que seja aplicada, desde já, a Fernando Simón a medida de coação preventiva de proibição de ausentar-se do país e entrega do passaporte, por entenderem que existe perigo de fuga, uma vez que o médico espanhol viveu em Moçambique, onde foi diretor do Centro de Investigação de Doenças Tropicais, e no Burundi, onde exerceu o cargo de diretor hospitalar.

Entendemos que a maior parte da responsabilidade se deve ao facto de o consultor especialista do governo, Fernando Simón, ter divulgado publicamente uma série de diretrizes erróneas e contraditórias, fazendo crer a toda a população que o impacto da Covid-19 no nosso país seria mínimo", consta na queixa dos familiares da vítima, identificada como M.J.G.C, que morreu no passado dia 19 de março, em Móstoles, Madrid.

A família considera mesmo que as diretrizes acabaram por ser "fatais, porque fizeram com que, de forma generalizada, se baixasse a guarda ao ponto de não haver meios de prevenção nos hospitais nem para que a população em geral pudesse trabalhar e prosseguir a sua vida com garantias de saúde".

No processo consta como exemplo uma declaração de Fernando Simón, a 31 de janeiro, quando afirmou que as autoridades de saúde de espanhola não acreditavam que Espanha pudesse ter "mais do que um caso diagnosticado""Esperemos que não haja contágio local. Se houver será uma transmissão muito limitada e muito controlada."

Espanha é um dos países mais afetados pela pandemia de Covid-19, com mais de 26.000 mortos e 235.000 infetados, de acordo com o último balanço.

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