O grupo "La Manada" vai permanecer em liberdade, depois do recurso submetido contra a decisão de libertação dos cinco condenados sob a fiança de 6 mil euros, tomada em junho. A Audiência de Navarra reuniu e a sentença dita a liberdade provisória dos cinco membros do grupo "La Manada".
De acordo com o jornal El País, a sessão de segunda-feira rejeitou os recursos submetidos contra a liberdade provisória acordada há um mês para os cinco rapazes. Em causa, está uma condenação de nove anos de prisão por abuso sexual a uma jovem de 18 anos nas festas San Fermín, em Pamplona, em 2016.
A decisão do Tribunal de Navarra, que teve um voto contra de um dos magistrados, é a resposta ao recurso submetido pelo Ministério Público contra a libertação dos cinco condenados, assim como aos recursos apresentados pelo advogado da vítima e pelas acusações populares apresentadas pelo Governo de Navarra e pela autarquia de Pamplona. Todos os recursos pediram a revogação da libertação ditada a 21 de junho.
Os condenados: José Ángel Prenda, Alfonso Cabezuelo (militares), Antonio Manuel Guerrero (guarda civil), Jesús Escudero e Ángel Boza, entre 26 e 29 anos, permaneceram em liberdade desde então, mas mediante medidas cautelares. Os arguidos ficaram obrigados a apresentarem-se três vezes por semana às autoridades, não comunicarem com a vítima, nem saírem de território espanhol sem autorização judicial.
Os cinco estavam presos há quase dois anos, desde 7 de julho de 2016, um dia depois de terem atacado a vítima. A saída em liberdade foi recebida com grandes protestos nas ruas. Isto depois da contestação à classificação do crime de que estão acusados, que não é violação, mas sim abuso sexual.
Os advogados dos membros do "La Manada" já mostraram satisfação com esta decisão do tribunal.
É uma conspiração séria para as acusações que mostram que as alegações têm pouco a ver com a realidade", disse Agustín Martínez Becerra, advogado de quatro dos jovens condenados.
O futuro de Antonio Manuel Guerrero vai ser decididido à parte, uma vez que tentou renovar o seu passaporte, violando assim uma das medidas cautelares. O procurado público, que recorreu da decisão da liberdade provisória do grupo, também já pediu o regresso deste arguido para a prisão.
O advogado de Guerrero, Jesús Pérez, disse que o atraso deste processo se deve aos votos individuais, que não têm sido unânimes entre os vários juízes no Tribunal de Navarra.
Segundo o El País, quatro dos arguidos também estão a ser são acusados noutro caso de alegado abuso sexual, que terá acontecido em Pozoblanco, Córdoba.