Idoso fugiu de lar depois de ver vários colegas morrerem com Covid-19 - TVI

Idoso fugiu de lar depois de ver vários colegas morrerem com Covid-19

Coronavírus

No lar onde vivia Rafael Garcia morreram, pelo menos, 22 residentes. A primeira vítima mortal chegou a partilhar mesa com o idoso ao almoço

Rafael Garcia, de 89 anos, decidiu sair do lar onde habitava há vários meses depois de ter conhecimento que vários colegas de residência tinham falecido vítimas de Covid-19.

Segundo conta o El País, Rafael Garcia começou por perguntar ao empregado que lhe servia o jantar, no quarto onde se tinha isolado, se tinha visto pessoas mortas. Perante a resposta afirmativa, o idoso tomou consciência daquilo que se passava fora do quarto: vários amigos tinham morrido, vários funcionários estavam de baixa, havia várias pessoas isoladas num dos pisos, a lavandaria não funcionava há vários dias e os quartos não eram limpos por medo de contágio.

Rafael, que inicialmente tinha recusado abandonar o lar, pelo qual pagava 3.400 euros por mês, telefonou à filha e pediu-lhe que o viesse buscar quanto antes.

"Tive de sair depois de averiguar de forma indireto e sobre segredo de um empregado que a minha saúde, até a minha vida, estava em perigo", contou por telefone ao jornal espanhola.

O idoso saiu do lar a 20 de março e rumou a casa da filha onde se encontra em quarentena por medo de passar o vírus aos seus familiares.

No lar onde vivia Rafael Garcia morreram, pelo menos, 22 residentes. A primeira vítima mortal chegou a partilhar mesa com Rafael ao almoço. 

Depois de ter ultrapassado os 20 mortos na residência de Monte Hermoso, a filha de Rafael telefonou para o lar e perguntou se ali tinha morrido alguém com Covid-19.

"Não, claro que não", ter-lhe-á garantido uma funcionária.

Apesar da garantia, no dia seguinte, Rafael Garcia abandonou a residência.

Militares desinfetam 500 lares de idosos

Mais de 500 lares de idosos em Espanha foram desinfetados pelos militares desde o início da implementação das medidas especiais ara controlar a propagação da covid-19, disse o chefe de Estado Maior da Defesa.

O general Miguel Villarroya disse em conferência de imprensa em Madrid que 2.900 militares estão a cumprir tarefas em 135 localidades espanholas no quadro da operação Balmis, de contenção à pandemia da covid-19, provocada pelo novo coronavírus.

Uma das principais missões é a desinfeção de infraestruturas e edifícios considerados de risco como lares de terceira idade. 

Por outro lado, o chefe de Estado Maior do Exército espanhol disse que foram pedidos à Aliança Atlântica 150 mil batas, um milhão e meio de máscaras hospitalares, 120 mil pares de luvas e 500 mil equipamentos de testes rápidos da covid-19.

O pedido de Espanha dirigido ao departamento de catástrofes e emergências da NATO ainda não foi correspondido.

Os militares espanhóis procederam também à operação de limpeza do centro de controlo aéreo de Barcelona e vão apoiar à montagem de um hospital de campanha em Múrcia e Madrid além de reforçarem as equipas de pessoal sanitário em Segóvia. 

O número de mortos em Espanha devido à pandemia de Covid-19 ultrapassou esta quarta-feira o da China continental, com um total de 3.434 vítimas mortais, segundo a atualização diária feita pelas autoridades de saúde do país.

Segundo os números do Ministério da Saúde, Espanha registou, nas últimas 24 horas, 738 mortos com o novo coronavírus e um aumento de 7.937 no número de infetados.

Desde o início da pandemia, o país teve um total de 47.610 casos de covid-19, dos quais 3.434 morreram e 5.367 tiveram alta e são considerados como curados.

A região mais atingida pela covid-19 é a de Madrid, com 14.547 infetados e 1.825 mortos, seguida pela da Catalunha (9.937 e 516), a do País Basco (3.271 e 155) e a de Castela-Mancha (2.780 e 263).

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