Kaká: «Nunca imaginei que um dia seria o melhor do mundo»

Ricardo Izecson dos Santos Leite, conhecido por Kaká, passou em revista a sua carreira. O antigo futebolista recordou a conquista da Bola de Ouro e a passagem pelo Real Madrid, antes de abordou os planos para o futuro.

«Ao olhar para trás, recordo os títulos que conquistei. Cheguei muito mais longe do que imaginava quando comecei a jogar. No início só queria estrear-me como profissional pelo São Paulo e jogar uma vez que fosse pela seleção brasileira. Cheguei mais longe do o que sonhei. Penso que tive um percurso espetacular», atirou, em jeito de balanço.

Nesta extensa entrevista ao diário Marca, Kaká considera que a carreira de futebolista é «espetacular» mas ao menos tempo «desgastante».

«A vida de futebolista é espetacular, mas existem muitas coisas que não se veem e que causam um desgaste incrível. Por isso, nesta fase, preciso de relaxar e descansar. Toda a pressão que existe para ganhar, treinar, a pressão dos adeptos e dos críticos… São muitas as coisas que rodeiam um futebolista. Desfrutei muito do futebol e da pressão de ter de vencer sempre, mas agora quero desfrutar de outras coisas como acordar um pouco mais tarde ou deitar-me mais tarde, comer um pouco mais… Enfim, posso ter uma vida mais relaxada», contou.

Em 2007, o brasileiro venceu a Liga dos Campeões pelo AC Milan e fechou o ano com a conquista da Bola de Ouro. Por isso, Kaká elege esse ano como o momento alto do seu percurso futebolístico.

«2007 foi o momento mais importante, toquei o céu. Venci títulos e prémios individuais. Os outros anos também foram bons, mas o ano de 2007 foi incrível», admitiu, antes de concentrar o discurso no galardão atribuído pela France Football.

«Não imaginava que um dia podia ser eleito o melhor jogador do mundo. É verdade que à medida que a tua carreira evolui, pensas que podes chegar a esse nível, mas quando era pequena nunca pensei que fosse capaz. Quando sobes ao palco para receber a Bola de Ouro, sentes uma alegria tremenda. O futebol é o desporto mais popular do mundo, há milhões de pessoas que jogam e que te dizem que és o melhor do mundo. É uma sensação única, de orgulho, satisfação e gratidão para com os teus companheiros e treinadores.»

Por último, Kaká confessou que o início da época 2010/11 e o regresso ao AC Milan (nova lesão) foram os «piores momentos» do seu percurso e explicou que nunca soube a origem de tantas lesões.

«É muito difícil saber a origem das lesões. Estive muitos anos à procura da origem dessas lesões e acabei um pouco louco. Queria saber a causa e nunca descobri. Procurei a origem dessas lesões de uma maneira louca e acabei a treinar de uma forma desorganizada. Treinava muito no clube e em casa, na esperança que as dores desaparecessem. Não percebi os sinais que o meu corpo estava a dar», finalizou.