Desde a Guerra fria que não se via nada assim - TVI

Desde a Guerra fria que não se via nada assim

  • CLC com Lusa
  • 16 mar 2018, 10:07
Theresa May e Vladimir Putin, em 2006, na cimeira do G20, na China

Rússia vai expulsar diplomatas britânicos depois de Londres ter ordenado a saída de 23 diplomatas russos

O chefe da diplomacia de Moscovo, Serguei Lavrov, disse hoje que a Rússia vai expulsar diplomatas britânicos em resposta à decisão de Londres que ordenou a saída de 23 diplomatas russos por causa do ataque contra o ex-agente russo no Reino Unido.

“É evidente que o vamos fazer”, disse Lavrov quando questionado sobre a eventual reação de Moscovo à expulsão dos 23 diplomatas russos do Reino Unido.

Serguei Lavrov encontra-se na capital do Cazaquistão.

Após vários dias de acusações recíprocas, a primeira-ministra britânica Theresa May anunciou, na quarta-feira, a expulsão de 23 diplomatas russos e a suspensão dos contactos bilaterais com a Rússia, que declarou “culpada” do envenenamento de Serguei Skripal e de sua filha Yulia, que ocorreu em 04 de março em Salisbury, Inglaterra.

A Rússia dispõe de 59 diplomatas acreditados no Reino Unido. Os 23 diplomatas visados, considerados por Londres “agentes não declarados dos serviços de informações” têm “uma semana” para deixar o território. Esta será a mais importante vaga de expulsão de diplomatas russos pelo Reino unido desde a Guerra fria.

A Rússia nega qualquer a responsabilidade no ataque, que já mereceu a condenação de vários governos, incluindo o de Portugal, e de dirigentes como os presidentes norte-americano, Donald Trump, e francês, Emmanuel Macron, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg.

Os líderes de França, Alemanha, EUA e Reino Unido repudiaram esta quinta-feira, em conjunto, a utilização do agente neurotóxico Novichok contra Sergei Skrypal e a filha como uma “violação do direito internacional” e uma “ameaça à segurança de todos”.

Este uso de um agente neurotóxico de grau militar, de um tipo desenvolvido pela Rússia, constitui o primeiro uso ofensivo de um agente neurotóxico na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. É um assalto à soberania do Reino Unido e qualquer utilização desse tipo por um Estado é uma clara violação da Convenção sobre Armas Químicas e uma violação do direito internacional. É uma ameaça à segurança de todos nós", referem num comunicado conjunto divulgado hoje.

Em causa está o ataque contra Sergei e Yulia Skrypal a 4 de março de 2018 em Salisbury, no Reino Unido, na sequência do qual um agende de policia britânico também foi exposto à substância, permanecendo os três hospitalizados. O ex-espião duplo e a filha  foram encontrados inconscientes, num banco num centro comercial em Salisbury, no sul de Inglaterra, e estão hospitalizados em "estado crítico, mas estável".

A Rússia nega qualquer a responsabilidade no ataque. 

O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo afirmou hoje que Moscovo nunca desenvolveu, incluindo na era da União Soviética, qualquer programa de armas químicas “Novichok”, nome do agente neurotóxico utilizado no envenenamento de um ex-espião duplo russo no Reino Unido.

Nunca houve qualquer programa de desenvolvimento de armas químicas chamado ‘Novichok’, nem na URSS, nem na Rússia”, disse o número dois da diplomacia russa, Serguei Riabkov, citado pela agência Interfax.

Continue a ler esta notícia

EM DESTAQUE