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Brasil também espiou os Estados Unidos

Dilma Rousseff (Lusa)

O caso tem uma década. Na altura, Lula era o presidente do Brasil e George W. Bush o homólogo americano

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O Brasil também espiou os norte-americanos. A revelação foi feita pelo jornal «Folha de São Paulo», que teve acesso a documentos da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). O processo tem uma década, no tempo em que Lula da Silva estava à frente do Brasil e George W. Bush era o seu homólogo dos Estados Unidos.

Um jogo do gato e do rato, numa altura em que a administração Obama está debaixo de fogo por causa da espionagem a líderes de todo o mundo. Há já algumas semanas que Dilma Rousseff, a atual presidente brasileira se mostrou indignada com as escutas realizadas pelos Estados Unidos ao Brasil. Ora, agora, veio a saber-se que também o governo brasileiro andou a monitorizar as conversas entre diplomatas de três países. Estados Unidos, Rússia e Irão, segundo revela o jornal.

A Abin terá seguido e fotografado membros das embaixadas russas e iranianas. Os diplomatas foram monitorizados quer em casa, quer nas embaixadas. O jornal contactou várias pessoas do arco da inteligência para apurar da veracidade do relatório e todas lhe disseram que sim.

Confrontado com a existência do relatório nas mãos do jornal, o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República que tutela a Abin veio confirmar a veracidade destas afirmações. As ações decorreram entre 2003 e 2004 em nome de um interesse nacional. O gabinete de Dilma Rousseff refere, no entanto, que estas pesquisas foram feitas de acordo com a legislação brasileira.

Escreve a «Folha» que «as operações descritas no relatório da Abin têm características modestas, e nem de longe podem ser comparadas com a sofisticação da estrutura montada pela Agência de Segurança Nacional americana, a NSA, para monitorizar comunicações na internet».

Quando soube que tinha sido escutada pelos americanos, a presidente do Brasil cancelou a viagem aos Estados Unidos e mostrou o seu desagrado pela atitude que classificou com uma «violação da soberania» do Brasil.
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