EI planeia atacar França, Alemanha e Reino Unido ao mesmo tempo - TVI

EI planeia atacar França, Alemanha e Reino Unido ao mesmo tempo

Normandia: novo ataque em França teve assinatura do EI

Aviso é de um ex-militante, que está detido numa prisão de alta segurança em Bremen, depois de ter combatido nas fileiras do Estado Islâmico. Avisa também que o grupo terrorista já não quer recrutas europeus a viajar para a Síria

O Estado Islâmico está a preparar ataques simultâneos em França, Alemanha e Reino Unido, avisa um ex-militante que está detido, por ofensas terroristas, numa prisão de alta segurança em Bremen.

Eles [EI] desejam algo que possa ocorrer ao mesmo tempo, querem ter imensos ataques em simultâneo em Inglaterra, Alemanha e França.”

Harry Sarfo, de 27 anos, nascido na Alemanha mas criado no Reino Unido, juntou-se ao grupo terrorista em 2015, mas, depois de viajar para a Síria, onde queria combater, ouviu o que não queria. “Precisamos de ti na Alemanha”, contou, em entrevista ao New York Times, na segunda-feira.

Não viu o rosto de quem o convidou a regressar ao seu país, mas as palavras, diz, não podiam ser mais claras.

Ele falou abertamente sobre a situação, dizendo que tinham muitas pessoas a viver em países europeus à espera de ordens para atacar. E isto foi antes dos ataques de Bruxelas e de Paris. Ele disse-me: ‘Importas-te de voltar para a Alemanha? É o que precisamos neste momento’”

Precisam na Alemanha e no Reino Unido, países onde os recrutas “se acobardaram antes de realizar os atentados”. O Estado Islâmico já não quer, aliás, recrutas europeus a viajar para a Síria.

Disseram-me que não têm muitas pessoas na Alemanha dispostas a cometer atentados. Que no início tinham algumas, mas que uma atrás da outra começaram a ter medo de o fazer. O mesmo aconteceu em Inglaterra.”

Mas em França os recrutas não têm medo.

O meu amigo questionou-os sobre França. E eles começaram a rir, mas a rir à gargalhada, com lágrimas nos olhos. Disseram: ‘Não se preocupem com a França’”, lembra Harry Sarfo, que viajou para a Síria com um amigo alemão, sobre uma conversa que ocorreu sete meses antes dos atentados de Paris de 13 de novembro, em que morreram 130 pessoas.

O Estado Islâmico procura, essencialmente, segundo Sarfo, militantes com “bagagem criminal”, por terem facilidade em arranjar, por exemplo, identificações falsas ou conseguirem contactar pessoas que os possam ajudar a arranjar armas ou a esconder alguém que tenha entrado ilegalmente no país.

E, conta, tem uma unidade especial conhecida, em árabe, como Emni, dedicada à exportação do terrorismo, e que resulta de uma combinação de militantes na Síria ou no Iraque com recrutas no estrangeiro, liderada por Abu Muhammad al-Adnani, também porta-voz do grupo terrorista.

Harry Sarfo terá demorado o mesmo tempo a convencer-se e a desiludir-se com o Estado Islâmico. Chegou à Síria cheio de determinação e revolta contra as autoridades do seu país, sobretudo depois de se ter convertido ao Islão. Chegado ao território dos combatentes, não aguentou o que viu, e regressou três meses depois.

Apesar de alguns relatos carecerem de confirmação oficial, as autoridades alemãs consideram o seu preso “credível”.

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