Mala com bomba só não entrou em avião por ser muito pesada - TVI

Mala com bomba só não entrou em avião por ser muito pesada

  • AR
  • 4 ago 2017, 16:54

Polícia australiana confirma que Estado Islâmico planeava atentado em Sidney. Plano terrorista falhou por causa de restrições do "check-in"

A polícia australiana confirmou, esta sexta-feira, que o Estado Islâmico elaborou um “sofisticado plano” para colocar uma bomba no interior de um avião de passageiros no aeroporto de Sidney. O plano para fazer explodir o aparelho só falhou porque a bagagem onde o explosivo foi colocado era demasiado pesada para passar no check-in do aeroporto.

A imprensa australiana refere que a bagagem não passou do check-in, mas também não chegou a ser alvo de qualquer controlo de segurança.

As autoridades souberam do caso aquando das detenções, no sábado, de Khaled Merhi e de dois irmãos, Khaled Khayat e Mahmoud Khayat, de 49 e 32 anos respetivamente, suspeitos de planearem um ataque terrorista de larga escala. Um quarto homem detido pela polícia acabou por ser libertado por não haver provas do envolvimento.

De acordo com a BBC News, os suspeitos tinham escondido a bomba dentro de um triturador de carne, a ser colocado na bagagem do irmão de um dos suspeitos, que partiria de Sidney no dia 15 de julho, num voo da companhia Etihad Airways. O irmão não tinha conhecimento da bomba, disse a polícia.

Por algum motivo, o plano foi abortado no último minuto e, embora a bagagem tenha sido levada para o aeroporto, não foi vistoriada. O irmão embarcou no voo, cujo destino não foi especificado, sem a bagagem.

O subcomissário da Polícia Federal australiano, Michael Phelan, revelou aos jornalistas que os componentes da bomba foram enviados da Turquia por elementos do Estado Islâmico, através de um serviço internacional de correios, e foram depois montados na Austrália com a ajuda de especialistas do grupo jihadista.

"Esta ajuda veio de um alto membro do Estado Islâmico", declarou o responsável, referindo-se ao suspeito como um "comandante".

A execução do plano começou em abril e, de acordo com a polícia, a alta potência dos explosivos teria causado "danos significativos".

Para Michael Phelan, este foi "um dos planos mais sofisticados que já foi tentado em solo australiano". O subcomissário da Polícia Federal elogiou a atuação dois serviços de inteligência para frustrar o ataque.

Durante a operação policial, as autoridades encontraram numa das casas, alvo de buscas, produtos químicos e outros componentes para supostamente montar uma segunda bomba com sulfureto de hidrogénio, uma substância altamente tóxica e que conduz à morte. O dispositivo químico não foi terminado e não se sabe quando e onde seria utilizado.

Os irmãos Khaled Khayat e Mahmoud Khayat, detidos no sábado passado na sequência de operações policiais em vários pontos de Sidney, foram acusados quarta-feira à noite de terrorismo pela justiça australiana.

De acordo com a agência Efe, o primeiro-ministro australiano, Malcolm Turnbull, anunciou na quarta-feira à noite a decisão de reduzir o nível de alerta terrorista nos aeroportos de "provável" para "possível" ataque, depois de a 29 de julho a segurança ter sido reforçada, nos voos domésticos e internacionais.

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