«O Islão proíbe a morte de inocentes» - TVI

«O Islão proíbe a morte de inocentes»

Imagens retiradas do vídeo que alega mostrar o piloto jordano a ser queimado vivo

O chefe de um dos grupos islâmicos mais influentes condena as ações do Estado Islâmico, numa altura em que a Jordânia reuniu um gabinete de crise

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Um dos mais influentes grupos islâmicos sunitas, Al-Azhar, expressou na terça-feira a sua revolta contra o Estado Islâmico na sequência da morte do piloto jordano. Por conseguinte, os islamitas consideram que os assassinos do militar jordano deviam ser mortos e crucificados.

Após a divulgação do vídeo pelo Estado Islâmico que revela o piloto Maaz al-Kassasbeh a ser queimado vivo, a mais alta entidade do grupo, que tem sede no Cairo, no Egito, Ahmed al-Tayib, declarou-se:

«Profundamente consternado por este ato cobarde», cita a AFP. «Isto requer uma punição para os opressores que lutam contra Deus e o Profeta, tal como mencionada no Corão: matar, crucificar ou cortar os membros».

E acrescentou: «O Islão proíbe a morte de inocentes, proíbe a queima ou mutilação de humanos, mesmo que estejamos a falar de um ataque de inimigos».


O piloto jordano apanhado em território dos jihadistas, era a moeda de troca exigida pelo Estado islâmico, por uma prisioneira iraquiana, detida numa cadeia jordana e condenada à morte pelo seu envolvimento nos ataques a Amã, em 2005, e que fizeram 60 vítimas.



Esta troca de prisioneiros apareceu numa reviravolta das intenções do Estado Islâmico, depois de um pedido de resgate feito ao governo japonês para poupar a vida de dois nipónicos.

Tóquio não pagou o resgate e, quando o tempo terminou, matou um dos japoneses, mas manteve o outro vivo. Num vídeo que mostrava o sobrevivente a segurar o corpo do conterrâneo decapitado, o Estado Islâmico mudava as regras do jogo e os peões também. Já não queria dinheiro, mas a libertação de uma «irmã de armas» iraquiana detida pela Jordânia.



O governo japonês iniciou então conversações diplomáticas com a Jordânia, que passou a ter o papel principal neste processo de rapto e sequestro. Mas, a Jordânia também colocou uma condição: libertava a mulher na fronteira com a Turquia em troca do jornalista japonês, mas também de um piloto jordano, e exigia uma prova do Estado Islâmico de que este estava vivo.

O Estado Islâmico revelou um novo vídeo com o japonês a segurar, desta feita, uma fotografia do piloto, mas nunca uma prova de que este estava vivo.

A Jordânia não cedeu neste braço de ferro. O Estado Islâmico mostrou o piloto jordano a ser queimado vivo, o país do Rei Abdullah matou a mulher poucas horas depois, em resposta.

Uma resposta que não se ficou por aqui. A Reuters anunciou esta quarta-feira as conclusões do gabinete de crise reunido pelo Rei Abdullah. A Jordânia vai reforçar o seu papel na luta contra o Estado Islâmico.


«Estamos a discutir uma maior colaboração com os membros da coligação na intensificação dos esforços para acabar com o extremismo e o terrorismo e a degradação da lei islâmica», foi anunciado num comunicado do governo jordano citado pela Reuters. 
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