Síria: Assad disposto a negociar, mas não com todos - TVI

Síria: Assad disposto a negociar, mas não com todos

Bashar al Assad em entrevista à agência EFE (EPA/Lusa)

O presidente sírio distingue oposição e guerrilheiros e terroristas, com críticas a países vizinhos como Turquia e Arábia Saudita

O presidente da Síria, Bashar al Assad, que se mantém firme no poder ao fim de quatro anos de guerra civil no país, mostrou abertura para negociar com a oposição, porque, desde o início se mostrou aberto ao “diálogo com todas as partes envolvidas”.
 
No entanto, Assad fez uma advertência, ou melhor, definiu o que é para si oposição.
 
"Estamos preparados para iniciar as negociações com a oposição, mas depende da definição de oposição. Oposição, para todo o mundo, não significa grupos armados. Há uma grande diferença entre grupos armados e terroristas, por um lado, e oposição, pelo outro", disse na entrevista que deu ao presidente da agência de notícias Efe, José Antonio Vera, em Damasco, a capital síria.
 
E acrescentou: "Vimos que outros países, incluindo a Arábia Saudita, os Estados Unidos e outras nações ocidentais queriam que os grupos terroristas se unissem a estas negociações. Querem que o governo da Síria negoceie com terroristas, algo que não acredito que alguém pudesse aceitar em nenhum país".
 
Uma tomada de posição feita após o encontro da oposição síria, na Arábia Saudita, em que foi decidida a criação de uma delegação representante das fações opositoras nas negociações com o governo sírio e a procura de uma solução para o país com mediação da ONU.
 

Terrorismo e terroristas

 
"Na Síria, temos mais de 100 nacionalidades que lutam com os extremistas e terroristas, Al Qaeda, Al Nusra e outros. O primeiro passo que devemos dar a fim de resolver este problema é travar o fluxo de terroristas, especialmente chegados através da Turquia”, disse.
 
E "temos que começar com conter o fluxo, e ao mesmo tempo combater o terrorismo de dentro da Síria com o exército sírio e com quem quiser apoiar o exército sírio", acrescentou, em tom de crítica ao papel dos aliados que combatem o Estado islâmico sem coordenação com as forças do regime sírio.
 
 
Fechar a torneira do dinheiro é outra das formas de secar os terroristas. Segundo Assad, as organizações "consideradas terroristas no mundo todo, como o Estado Islâmico ou a Frente Al Nusra" têm centenas de milhões de dólares e "um exército quase completo, da mesma forma que o de qualquer outro Estado", numa alusão ao apoio de países como a Turquia, Arábia Saudita e Qatar, segundo a EFE.
 
"Se a intenção é acabar com a guerra em pouco tempo - e a maior parte do mundo está dizendo agora que quer ver o fim desta crise -, então pressionem os países que os vocês conhecem: Turquia, Arábia Saudita, Qatar e, sem dúvidas, este conflito terminará em menos de um ano", concluiu.
 
Aliados de Assad são Rússia e Irão, que também combatem os jihadistas no país, mas o presidente sírio desmente que algum deles esteja a pensar construir uma base militar na Síria.
 
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