Sobreviveu ao cancro, mas não pode ser mãe com os embriões que fertilizou com o ex-marido - TVI

Sobreviveu ao cancro, mas não pode ser mãe com os embriões que fertilizou com o ex-marido

  • AMA
  • 4 fev 2020, 12:07
Fertilidade

Após ter sobrevivido a um cancro, Ruby Torres viu a justiça norte-americana negar-lhe a possibilidade de utilizar os embriões fertilizados pelo ex-marido que congelou para prevenir a possibilidade de ser mãe

Ruby Torres, uma mulher do estado norte-americano do Arizona, sobreviveu a um cancro a deixou infértil, mas apenas o Supremo Tribunal do Arizona lhe destruiu o sonho de ser mãe. Isto porque, no final de janeiro, Ruby viu o juiz negar-lhe a possibilidade de utilizar os embriões fertilizados pelo ex-marido que congelou para prevenir a possibilidade de ser mãe.  

Diagnosticada com cancro em 2014, e devido à severidade dos tratamentos de quimioterapia, Ruby e John Joseph Terrell decidiram recorrer a uma clínica de fertilização, onde assinaram um acordo que referia que no caso de separação do casal, os embriões poderiam ser doados a outro casal ou ser utilizado por um dos dois, com o consentimento de ambas as partes.

No entanto, o casal divorciou-se em 2017 e a utilização dos embriões resultou num conflito em tribunal. De um lado estava Ruby que queria manter os embriões, de outro Terrell que exigia que os embriões fossem doados, justificando que não tencionava ser pai de uma criança com a sua ex-mulher.

  Os embriões eram a única hipótese de ter um filho biológico", confessou a mulher ao jornal ABC15

O tribunal judicial de Maricopa decidiu a favor de Terrell, dizendo que o seu “direito de não ser obrigado a ser pai supera” o desejo de Ruby de ter um filho biológico. Inconformada, Ruby recorreu da decisão no Tribunal da Relação para que a decisão fosse novamente avaliada, apelo este que foi aceite pelo Supremo Tribunal.

Num novo julgamento, o Supremo Tribunal de Arizona decidiu, com base no contrato que o casal assinou em 2014, que os embriões seriam diretamente doados, visto que Terell não autorizava a utilização dos embriões por parte da ex-mulher. 

Ninguém deveria ser forçado a ter um filho com a ex-mulher quando o casal acordou previamente em não o fazer. A sua ex-mulher quer mudar de ideias e alterar o contrato que ambos assinaram com a clínica de fertilização," disse Eric M. Fraser, advogado de Terrell's. 

O Tribunal constatou que compreendia que haveria uma "inevitável consequência emocional" da decisão, mas o contrato tinha de ficar como foi escrito.

Eu nunca saberei o que é ser mãe", lamentou Ruby.

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