Eleições EUA: os cinco caminhos para a Casa Branca - TVI

Eleições EUA: os cinco caminhos para a Casa Branca

  • Henrique Magalhães Claudino
  • 4 nov 2020, 23:18

Biden permanece à frente na corrida à presidência dos Estados Unidos, mas Donald Trump ainda tem hipóteses

E no final, resta Nevada. Depois de virar o estado de Wisconsin e de conseguir obter os 16 votos eleitorais do Michigan, Joe Biden está a seis delegados de ser o novo presidente dos Estados Unidos.

A corrida ao cargo de presidente dos Estados Unidos já vai longa e o destino final de Donald Trump e de Biden está dependente de cinco estados.

Com o candidato democrata à frente na corrida (com 264 delegados) e o atual presidente a ganhar impulsão com uma possível vitória no estado da Pensilvânia, a eleição para a presidência dos Estados Unidos mantém várias possibilidades em aberto.

O vencedor das presidenciais norte-americanas (que é escolhido por voto indireto) tem de assegurar, no mínimo, 270 dos 538 delegados (uma maioria simples) que compõem o Colégio Eleitoral.

Num momento em que o impasse eleitoral está a ser marcado por contestações e recontagem de votos, há cinco cenários a ter em conta, sendo que a maior parte deles dá a Biden o lugar na Casa Branca. 

 

Cenário 1: Biden vence no Nevada

O primeiro cenário é também aquele projetado pelas contagens de votos que, até ao momento, dão uma vantagem a Biden de 0,61% nas urnas em Nevada.

A cumprir-se esta previsão, e com o anúncio da vitória no Wisconsin e no Michigan, o candidato democrata é eleito, obtendo os 6 delegados do Nevada 

Quando decidiu declarar-se “reeleito”, na noite de terça-feira, Trump incluiu Michigan como uma das suas conquistas, ao lado de Pensilvânia e Wisconsin. "Nós ganhámos em estados que não esperávamos ganhar, como na Flórida, por exemplo", afirmou o presidente. 


 

Cenário 2: Trump vira Nevada

Para impedir que Joe Biden se torne o próximo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump tem obrigatoriamente de vencer no Nevada, mantendo os resultados que até agora lhe dão uma vitória na Pensilvânia, na Georgia e na Carolina do Norte, estados onde mantém a liderança por 4,47%, 1,14 e 1,4%, respetivamente.

Conseguir alcançar uma vitória no estado do Alasca, neste ponto, não fará grande diferença às chances do atual presidente, uma vez que o estado só elege três delegados.

A campanha de Donald Trump tem lutado com tudo para conquistar os delegados do Nevada, mas as previsões dão a vantagem a Biden, num momento de mudança na dinâmica de um estado indeciso com um eleitorado diversificado. 

Os democratas construíram aqui uma poderosa máquina política e esperam que os esforços que fizeram para chegar de forma eficaz aos eleitores latinos os ajudem a vencer novamente. Ainda assim, os impactos da pandemia na economia do Nevada foram drásticos e forçaram a uma paralisação da indústria do turismo, fazendo disparar o desemprego. Por estes motivos, o eleitorado pode encontrar um ponto comum de pensamento com as promessas de Trump sobre a empregabilidade e a retoma económica. 



 

Cenário 3: Biden com vitória histórica na Geórgia 

Se os democratas conseguirem alcançar os 16 delegados do estado da Georgia, Biden deixa de precisar de vencer no Nevada. No entanto, a tendência de voto nos boletins antecipados que lhe valeram os estados de Wisconsin e Michigan não parece ter uma grande influência neste estado, já que a contabilização dos votos colocam o democrata com menos 59.829 votos do que Trump.

O estado da Geórgia tem sido uma autêntica fortaleza republicana nos últimos anos e um dos campos de batalha mais importantes na corrida à presidência e no controlo do Senado. Em 2016, Trump venceu no estado com uma diferença de 5% para Hillary Clinton. 

Ainda assim, as projeções apontam para uma batalha renhida no estado, com Joe Biden a precisar de uma vantagem de 1,24% para o tirar das mãos dos Republicanos pela primeira vez desde 1992.

 

Cenário 4: Biden eleito com vitória na Carolina do Norte

À semalhança do cenário que envolve uma vitória democrata no estado tradicionalmente republicano da Geórgia, Biden pode ver o seu caminho para a Casa Branca terminar com êxito através de uma vitória na Carolina do Norte, garantindo-lhe 15 votos eleitorais.

A Carolina do Norte é um estado crucial para Donald Trump e alvo de Biden que tenta quebrar pela segunda vez a sequência de dez eleições seguidas para os Republicanos. A primeira interrupção foi em 2008, com a vitória de Obama.

O presidente dos Estados Unidos chegou mesmo a reclamar uma vitória republicana nos estados da Pensilvâica, Georgia e Carolina do Norte, onde as contagens ainda não fecharam, sendo que no primeiro desses estados faltam milhões de votos. Trump justifica a decisão pela falta de observadores legais na Pensilvânia e na "grande liderança" na Georgia e Carolina do Norte.

 

Cenário 5: boletins antecipados dão vitória a Biden na Pensilvânia

Até ao momento, Trump tem uma vantagem de cerca de 256 mil votos no estado da Pensilvânia. Mas o panorama pode mudar muito rapidamente, tendo em conta a ação dos votos por antecipação que têm favorecido Biden, por exemplo, no Michigan e em Wisconsin.

Com uma vitória no Pensilvânia, Joe Biden ficaria assim com 284 votos no colégio eleitoral, conquistando o cargo de novo presidente dos Estados Unidos

O estado está a ser alvo de polémica, com a campanha de Trump a  abrir uma frente de contestação dos resultados na Pensilvânia, onde os votos continuam a ser contabilizados. O advogado do presidente, Rudy Giuliani diz ter havido um "roubo maciço".

 

SIGA AO MINUTO TODAS AS NOTÍCIAS SOBRE A ELEIÇÃO QUE DECIDE O FUTURO DOS ESTADOS UNIDO

Continue a ler esta notícia