"Erro trágico". EUA reconhecem três semanas depois que ataque em Cabul matou apenas civis - TVI

"Erro trágico". EUA reconhecem três semanas depois que ataque em Cabul matou apenas civis

Desde 29 de agosto que o ataque era tido como um sucesso, mas afinal nenhum membro do Estado Islâmico foi morto

Os Estados Unidos reconheceram esta sexta-feira, dia 17 de setembro, que o ataque aéreo levado a cabo na capital do Afeganistão a 29 de agosto matou vários civis. Numa conferência de imprensa a partir do Pentágono, o Departamento de Defesa retratou-se daquele ataque, que até agora tinha sido dado como um sucesso, porque teria morto um terrorista do grupo ISIS-K, um braço armado do Estado Islâmico, algo que agora se sabe ser falso.

Foi um erro trágico", afirmou o general do corpo de fuzileiros, Frank McKenzie, chefe do Comando Central dos Estados Unidos.

Desde 29 de agosto que o referido ataque era mencionado como um êxito, mesmo tendo em conta as baixas civis, que incluíram sete crianças. Mais tarde, várias organizações começaram a levantar dúvidas sobre as diferentes versões do que se passou. De resto, alguns meios de comunicação disseram mesmo que o condutor do veículo atingido pelo ataque era um funcionário de uma organização humanitária americana, sendo que o Departamento de Defesa nunca terá tido provas suficientes que sustentassem o ataque àquele veículo, que se acreditava ter explosivos.

Segundo Frank McKenzie, o carro foi atingido numa "crença" de que representava uma ameaça iminente à segurança das tropas da coligação.

Estou agora convencido de que 10 civis, incluindo até sete crianças, foram tragicamente mortos nesse ataque. Além disso, agora acreditamos que era improvável que o veículo e aqueles que morreram estivessem associados ao ISIS-K ou a qualquer ameaça direta", acrescentou, informando que os Estados Unidos admitem dar uma indemnização às famílias das vítimas.

Este ataque surgiu como resposta a uma atentado junto ao aeroporto de Cabul perpetrado a 26 de agosto por membros do ISIS-K. Entre os mais de 150 mortos estavam 13 militares norte-americanos.

A 31 de agosto, Mark Milley, um dos generais responsáveis pela operação, falava no ataque como "justo", afirmando que pelo menos um "facilitador" do Estado Islâmico tinha sido morto.

Após as palavras de Frank McKenzie, Mark Milley admitiu sentir-se arrependido: "É uma tragédia horrível e o nosso coração está apertado. Estamos comprometidos em ser totalmente transparentes sobre este incidente", afirmou, em declarações a jornalistas na Europa, que foram citadas pela agência Associated Press.

Essa mesma agência diz que grande parte das vítimas mortais pertenciam a uma família que trabalhava em colaboração com os americanos, estando na altura a tentar obter vistos para os Estados Unidos.

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