EUA: Biden promete 100 milhões de vacinas nos primeiros 100 dias de mandato - TVI

EUA: Biden promete 100 milhões de vacinas nos primeiros 100 dias de mandato

Joe Biden

Especialistas consideram a meta otimista e lembram as dificuldades na produção e distribuição

O presidente eleito dos Estados Unidos está a pouco mais de um mês de assumir o cargo (a tomada de posse é a 20 de janeiro), e tem deixado várias ideias do que pretende fazer quando esse dia chegar. Um dos grandes objetivos de Joe Biden é controlar a pandemia de covid-19, sobretudo naquele que é o país mais afetado pela doença, contabilizando mais de 15 milhões de casos, dos quais mais de 286 mil resultaram em mortes.

Num discurso que serviu de apresentação da equipa de saúde da sua administração, que decorreu em Wilmington, no estado do Delaware, Joe Biden prometeu esta terça-feira que seriam dadas pelo menos 100 milhões de injeções da vacina contra o novo coronavírus nos primeiros 100 dias do mandato, à razão de um milhão de injeções por dia.

O próximo inquilino da Casa Branca disse mesmo que esta é uma "prioridade nacional", afirmando que é preciso tratar do regresso às aulas durante o mesmo período.

A data apontada por Joe Biden para o fim da promessa é 30 de abril, algo que os meios de comunicação e especialistas norte-americanos apelidam de "arriscada", até porque é preciso contar com eventuais percalços na produção e na distribuição das vacinas.

Ainda não há nenhuma vacina aprovada pelos reguladores norte-americanos, mas pode estar para breve a aprovação da vacina da Pfizer, que já está a ser administrada no Reino Unido desde terça-feira.

Veja também: Reino Unido avisa: quem tiver alergias graves não deve tomar a vacina da Pfizer

A farmacêutica norte-americana foi desde cedo uma das mais avançadas no desenvolvimento do produto, e chegou a dizer à administração de Donald Trump para duplicar a encomenda de 100 milhões de doses inicialmente feita, o que não chegou a acontecer. Mas o presidente incumbente parece ter dado um passo atrás, e agora pretende fazer essa duplicação da pré-encomenda antes de abandonar a Casa Branca.

Segundo o The New York Times, se não chegarem mais vacinas da Pfizer entretanto, as doses encomendadas poderão acabar em março, com o stock a poder ficar esgotado até meados de junho, até porque a empresa também tem acordo assinados com a União Europeia.

O governo norte-americano também está à espera da chegada de 100 milhões de doses da vacina produzida pela Moderna, o que deve acontecer até ao final do primeiro trimestre do ano de 2021.

Tanto a vacina da Pfizer como a da Moderna assentam numa dose dupla, pelo que esses 200 milhões dariam para vacinar 100 milhões de norte-americanos até meados de abril, pouco menos de um terço da população total do país.

Neste ponto, os conselheiros de Joe Biden já vieram clarificar as palavras de Joe Biden, afirmando que serão dadas 100 milhões de vacinas, explicando que isso não é o mesmo que vacinar 100 milhões de pessoas.

A administração de Biden olhará ainda com atenção para os resultados dos ensaios da Johnson & Johnson, da AstraZeneca (que já apresentou resultados preliminares), da Novavax e da Sanofi.

Para Leana Wen, antiga comissária de saúde na cidade de Baltimore, a promessa de Joe Biden é atingível, mas pode ser um pouco otimista.

A distribuição tem de ser bem alinhavada em todo o país, e isso significa que todos os estados e os departamentos de saúde devem estar coordenados", acrescentou, em declarações reproduzidas pelo The New York Times.

Além da promessa relacionada com a vacinação, Joe Biden apelou aos norte-americanos que usem a máscara nos primeiros 100 dias de presidência.

Os meus primeiros 100 dias não vão acabar com a covid-19, [mas] estou absolutamente convencido que em 100 dias podemos mudar o curso da doença e mudar a vida na América para melhor", reiterou.

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