Homem é executado nos EUA pelo homicídio de dois pastores protestantes - TVI

Homem é executado nos EUA pelo homicídio de dois pastores protestantes

  • João Faria
  • 11 dez 2020, 14:54
Execução por injeção letal

Crime foi cometido quando o réu era ainda um adolescente. Tinha agora 40 anos e não houve pedido de clemência que valesse

Um homem de 40 anos foi executado, esta quinta-feira, nos Estados Unidos. Tinha sido condenado à morte pelo homicídio de dois jovens pastores da igreja protestante, em 1999. Foram inúmeras as tentativas para travar o processo, que envolveram mesmo o ainda presidente Donald Trump.

Brandon Bernard foi considerado culpado do crime, que cometeu quando era ainda um adolescente, juntamente com outros quatro indivíduos. O autor dos disparos foi executado em setembro e os restantes três responsáveis pelo homicídio tiveram penas mais leves.

Brandon é a pessoa mais nova a ser condenada à morte nos EUA nos últimos 70 anos.

Nos últimos dias, várias celebridades norte-americanas, como Kim Kardashian, exigiram uma suspensão da decisão e políticos do país usaram o caso para voltarem a manifestar-se contra a manutenção da pena de morte nos EUA, exigindo uma alteração da lei.

Nove pessoas já foram executadas desde que o Procurador-Geral retomou esta prática, que esteve suspensa durante 17 anos. O governo de Donald Trump, que manifestou a intenção de acelerar estes processos, tem mais quatro execuções agendadas até ao final do seu mandato, a 20 de janeiro do próximo ano.

Os advogados do réu procuraram também travar a decisão nos tribunais. Numa derradeira tentativa, a equipa legal argumentou que foram entretanto descobertas novas provas que apontavam para um papel menos relevante de Brandon Bernard no crime e acusou o ministério público de ter ocultado esses dados durante o julgamento. Cinco dos jurados que votaram a favor da pena de morte disseram que teriam decidido de forma diferente se tivessem conhecimento dos novos factos. No entanto, o requerimento foi recusado pelo Supremo Tribunal dos EUA.

A execução de Brandon é uma mancha no sistema de justiça criminal da América. Mas rezo para que, mesmo na morte, Brandon avance com o seu compromisso de ajudar os outros, levando-nos para mais perto de um tempo em que este país não mate sem sentido e maldosamente jovens negros que não representam ameaça para ninguém", disse Robert Owens, um dos defensores do condenado.

Esgotadas todas as vias judiciais, a equipa legal de Brandon, que integrava dois advogados que representaram Donald Trump durante o processo de “impeachment”, pediu ao presidente norte-americano que agisse para impedir este desfecho. Contudo, de acordo com uma fonte próxima de Trump, este não recuou na decisão devido à natureza violenta do crime em causa.

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