Oficiais da marinha norte-americana disseram a vários meios de comunicação dos EUA que Donald Trump pediu que o navio com o nome de John McCain fosse escondido durante a visita do presidente dos Estados Unidos ao Japão.
Donald Trump já negou ter feito este pedido, afirmando que não foi informado sobre nada relacionado com o navio John McCain durante a visita ao Japão, ressalvando que a primeira-dama, Melania Trump, também não teve conhecimento do caso.
I was not informed about anything having to do with the Navy Ship USS John S. McCain during my recent visit to Japan. Nevertheless, @FLOTUS and I loved being with our great Military Men and Women - what a spectacular job they do!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) May 30, 2019
O gabinete de informação da Marinha também já reagiu ao incidente, afirmando que "o nome de McCain não foi ocultado durante a visita do presidente dos Estados Unidos [ao Japão]".
The name of USS John S. McCain was not obscured during the POTUS visit to Yokosuka on Memorial Day. The Navy is proud of that ship, its crew, its namesake and its heritage.
— Navy Chief of Information (@chinfo) May 30, 2019
O The New York Times avança, porém, que além de esconder o navio, foi pedido a alguns membros da tripulação que usavam bonés com o nome do barco que fossem para casa mais cedo. O jornal adianta ainda que, quando alguns desses homens tentaram assistir ao discurso do presidente norte-americano foram barrados pela segurança.
John McCain e Donald Trump sempre tiveram uma relação conturbada. McCain, que era um veterano da guerra do Vietname, onde foi preso de guerra, foi criticando Trump ao longo dos anos; a tensão subiu no ano de 2016, quando McCain retirou o apoio a Donald Trump para as eleições presidenciais. Pouco depois, Trump viria a responder às críticas: “Ele foi um herói porque foi capturado. Eu gosto de pessoas que não são capturadas”.
John McCain morreu em agosto de 2018, e até nessa ocasião Donald Trump afirmou que nunca fora fã do ex-senador .Na altura, o Washington Post avançou que Donald Trump teria impedido a Casa Branca de utilizar o termo "herói" para se referir a John McCain. Depois da morte de McCain gerou-se uma crise em torno da falta de reação de Trump, que acabaria por ceder e colocar a bandeira a meia haste, depois de muitas críticas.
Meghan McCain, filha de John McCain, já reagiu, afirmando que Trump não deixa o pai descansar em paz e por isso se vê obrigada a intervir.
Trump is a child who will always be deeply threatened by the greatness of my dads incredible life. There is a lot of criticism of how much I speak about my dad, but nine months since he passed, Trump won't let him RIP. So I have to stand up for him.
— Meghan McCain (@MeghanMcCain) May 30, 2019
It makes my grief unbearable. https://t.co/gUbFAla1VE
Trump é uma criança que vai sentir-se sempre profundamente ameaçado pela grandeza da vida incrível do meu pai”, escreveu no Twitter Meghan McCain.