O mistério da australiana que ligou para o 911 e acabou morta pela polícia - TVI

O mistério da australiana que ligou para o 911 e acabou morta pela polícia

  • BM
  • 18 jul 2017, 12:03
Justine Damond

Justine Damond ligou para o 911 (número de emergência nos EUA), porque tinha ouvido um ruído estranho perto de casa e acabou baleada por um agente da polícia. Os contornos do que terá acontecido ainda estão por apurar

Uma mulher australiana, com 40 anos de idade, foi morta, em circunstâncias ainda por apurar, em Minneapolis, no estado do Minnesota, nos Estados Unidos, por um polícia que respondia a uma chamada para o número de emergência. O caso está a chocar o país e a gerar fortes críticas à polícia.

De acordo com a BBC, Justine Damond tinha ligado para o 911 (o número de emergência nos Estados Unidos), porque tinha ouvido um ruído estranho perto de casa e acabou baleada por um agente. O incidente ocorreu na noite de sábado, por volta das 23:30 (hora local).

O departamento de segurança pública está a investigar o caso e revelou que os dois polícias, que responderam ao alerta, não tinham as câmaras de filmar, instaladas na farda, ligadas. Os agentes de segurança, nos Estados Unidos, costumam usar câmaras presas nas fardas, mas o equipamento estava desligado no dia da morte de Justine.

Através de um comunicado, as autoridades disseram que estão a tentar “determinar se existe algum vídeo do incidente”.

Don Damond, noivo de Justine, afirmou, em declarações à BBC, que ainda não recebeu informações das autoridades e está “desesperado” para descobrir o que aconteceu na noite da morte da noiva.

Como se sabe, foi ela que chamou a polícia no sábado à noite, denunciando o que ela achava ser um caso de violência sexual, ocorrendo nas proximidades. Infelizmente, eu e a família da Justine ainda não recebemos quase nenhuma informação da polícia sobre o que aconteceu, depois dos agentes chegarem”, contou.

Don, de 40 anos, vivia no Minnesota com a noiva Justine Damond, que já tinha adotado o apelido do futuro marido.

Os nossos corações estão partidos e estamos devastados pela perda da Justine. As nossas vidas mudaram para sempre, depois de a conhecermos. Ela era tão doce e engraçada”, desabafou.

O jornal Minneapolis Star-Tribune referiu, citando três fontes com informações sobre o incidente, que Justine estava de pijama e que, quando a polícia chegou, se aproximou do carro, pelo lado do motorista, para falar com os agentes. No banco do passageiro estava Mohamed Noor, já identificado pelos órgãos de comunicação social locais, que terá disparado contra Justine.

Segundo a BBC, Tom Plunkett, advogado de Mohamed Noor, confirmou, na segunda-feira, que o seu cliente disparou e matou a australiana.

Os dois agentes envolvidos no caso estão agora com uma "licença administrativa paga", o que significa que não podem voltar ao trabalho enquanto a investigação estiver a decorrer. A licença administrativa não implica, por si só, que a alegação seja credível, por isso o pagamento do salário continua a ser feito. No fim da investigação, os agentes podem tornar ao trabalho ou serem demitidos, de acordo com os resultados.

O enteado de Justine, Zach, fez duras críticas à polícia, através de um vídeo que publicou no Facebook.

A América é uma droga. Estes polícias precisam de ser treinados de forma diferente. Tenho de me mudar daqui”, afirmou Zach.

Nos últimos anos, os Estados Unidos presenciaram uma série de mortes de civis causadas por polícias, o que tem gerado grande consternação e críticas no país. Segundo o jornal The Guardian, em 2015, a polícia norte-americana matou 1146 pessoas e, em 2016, 1093 pessoas.

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