Afro-americano processa agentes que assumiram que cinzas da filha eram droga - TVI

Afro-americano processa agentes que assumiram que cinzas da filha eram droga

Dartavius Barnes

A Polícia de Springfield, no estado do Ilinóis, disse a Dartavius Barnes que tinham encontrado metanfetaminas ou ecstasy, mas eram as cinzas da recém-nascida

Um homem afro-americano vai processar a cidade de Springfield, no estado do Ilinóis, depois de a polícia ter feito testes às cinzas da filha, acreditando que se tratava de metanfetaminas ou ecstasy.

As imagens capturadas pela câmara do colete de um dos agentes o momento perturbador em que os polícias abordaram Barnes, no dia 6 de abril de 2020, alegadamente por seguir em excesso de velocidade. O norte-americano acedeu ao pedido para que o carro fosse revistado sem qualquer tipo de resistência.

Para surpresa do condutor, cerca 20 minutos depois, um agente disse a Dartavius que tinha sido encontrado ecstasy ou metanfetaminas.

Perante o espanto de Barnes, o polícia acabou por mostrar a origem das suspeitas: um pequeno frasco dourado.

O norte-americano rapidamente entrou em pânico ao perceber que se tratava da urna em que transportava uma pequena parte das cinzas da filha, que morreu precocemente nos primeiros anos de vida.

Não, não, não, isso é a minha filha! Por favor, devolve-me isso!”, gritou Dartavius Barnes.

 

A polícia de Springfield acabou por realizar uma despistagem de drogas no próprio local. Tendo vindo a comprovar-se que não se tratava de estupefacientes, mas sim dos restos mortais de Ta’Naja Barnes, a filha de Dartavius que morreu em 2019 com apena dois anos de idade.

Os tribunais norte-americanos deram como provado que a menina morreu de fome, negligenciada pela própria mãe Twanka Davis.

Dartavius Barnes está agora a processar a cidade de Springfield e os seis agentes envolvidos no incidente, após a operação stop. No processo, a acusação considera que a busca feita ao veículo foi ilegal, que a urna foi aberta sem consentimento e que os restos mortais de Ta’Naja Barnes acabaram profanados.

As autoridades negam todas as acusações de má conduta. A defesa jurídica diz que a versão dos acontecimentos de Barnes é fidedigna, mas nega que os seus “direitos tenham sido violados”.

Contudo, nas filmagens é notório que todos os agentes perceberam imediatamente que tinha cometido um erro.

Vou apenas dar-lhe um aviso para aparecer em tribunal pela canábis encontrada”, diz um dos polícias referindo-se à marijuana encontrada no carro de Barnes. “Para além de um pai irritado e de termos testado as cinzas de um bebé morto”, responde outro agente.

A equipa jurídica de Dartavius Barnes exige uma indemnização pelos danos psicológicos provocados e um julgamento por júri, que deverá ocorrer em agosto de 2022.

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