Retirada da Síria provoca mais uma demissão na equipa de Trump - TVI

Retirada da Síria provoca mais uma demissão na equipa de Trump

  • VC com Lusa
  • 22 dez 2018, 18:09
Brett McGurk

Representante dos EUA na coligação contra o Estado Islâmico, Brett McGurk, considera "imprudente" retirar os cerca de 2.000 militares destacados no país. Defende que os jihadistas estão enfraquecidos, mas ainda não derrotados

Brett McGurk, representante dos Estados Unidos junto da coligação internacional que combate o grupo extremista Estado Islâmico, demitiu-se em protesto contra a decisão do Presidente Donald Trump de retirar as tropas norte-americanas da Síria. Recentemente, este responsável disse publicamente que é “imprudente” considerar que o grupo jihadista foi derrotado e, como tal, insensato retirar as forças norte-americanas que participam na coligação.

A demissão de McGurk, noticiada este sábado pela imprensa norte-americana, ocorre dois dias depois da renúncia do secretário da Defesa, Jim Mattis, precisamente pelo mesmo motivo.

Brett McGurk, 45 anos, foi nomeado para as atuais funções em 2015, pelo então Presidente Barack Obama, e Donald Trump manteve-o no cargo.

Na sua carta de demissão, entregue na sexta-feira ao secretário de Estado, Mike Pompeo, McGurk afirma que os jihadistas estão enfraquecidos, mas ainda não derrotados, e que a retirada prematura das forças norte-americanas pode traduzir-se numa recriação das condições que permitiram a ascensão do Estado Islâmico, cita a Associated Press.

McGurk, cuja demissão se torna efetiva em 31 de dezembro, tinha anunciado anteriormente a intenção de cessar funções em meados de fevereiro, após uma reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros dos países da coligação organizada pelos Estados Unidos, mas considerou que a decisão agora tomada de retirar as forças não lhe permitia manter-se no cargo.

Donald Trump anunciou na quarta-feira que ia ordenar a retirada dos cerca de 2.000 militares destacados na Síria, que combatem ao lado da coligação árabe-curda, as Forças Democráticas Sírias (FDS). A decisão, justificada por Trump com a derrota do Estado Islâmico, foi criticada por numerosos especialistas, que frisam que o grupo jihadista continua a controlar uma série de aldeias ao longo do rio Eufrates, no leste da Síria, onde resistem há semanas a ataques sucessivos das FDS. Centenas de pessoas saíram à rua em protesto

Segundo estimativas militares norte-americanas, a zona conta com cerca de 15.000 residentes, entre os quais uns 2.000 combatentes do grupo extremista. Outras fontes, como o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, admitem que continuem presentes na Síria até 8.000 combatentes do Estado Islâmico.

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