Roubou 50 dólares e foi condenado a prisão perpétua. Foi libertado 36 anos depois - TVI

Roubou 50 dólares e foi condenado a prisão perpétua. Foi libertado 36 anos depois

  • António Guimarães
  • 30 ago 2019, 17:28
Alvin Kennard

Alvin Kennard foi preso aos 22 anos e condenado a prisão perpétua ao abrigo de uma lei do estado do Alabama, que entretanto foi alterada

Um juiz dos Estados Unidos decidiu reverter uma sentença de prisão perpétua, devolvendo a liberdade a um homem que esteve detido 36 anos, depois de ter roubado 50 dólares (cerca de 45 euros) num assalto a uma padaria. Alvin Kennard, agora com 58 anos, está "assoberbado",segundo a advogada que o representa.

Fazendo a atualização da inflação do dólar desde o ano do crime (1983) até 2019, verifica-se que os 50 dólares de então valem hoje perto de 129 dólares (algo como 116 euros). Apesar do valor, uma lei do estado do Alabama, entretanto atualizada, referia que, independentemente da tipologia do crime praticado, a partir da quarta trangressão, o criminoso era condenado a prisão perpétua. Esta lei era conhecida como three strikes law.

Com apenas 22 anos, e na tarde em que fez um assalto a uma padaria, Alvin Kennard cometeu o seu quarto crime, sendo automaticamente condenado a prisão perpétua. O homem já tinha sido condenado por outros três assaltos a uma bomba de gasolina. Em nenhum dos quatro casos houve feridos a registar.

Esta quarta-feira, Alvin Kennard teve uma audiência de revisão de pena, com a defesa a basear-se no bom comportamento do homem ao longo dos 32 anos em que esteve detido. Há 14 anos que não tinha nenhum aviso disciplinar e era até bem visto pelos guardas, como conta o site AL.

Alguém que cometa o mesmo crime no estado de Alabama hoje em dia enfrenta uma sentença que pode ir de 10 anos a prisão perpétua, ainda que exista a possibilidade de recurso em todos os casos, algo que Alvin Kennard não teve a hipótese de fazer.

Assim que a decisão foi anunciada pelo juiz David Carpenter, a família e os amigos do homem congratularam-se. A sobrinha de Alvin Kennard, Patricia Jones, contou à rádio WBRC que se fizeram ouvir vários aplausos na sala de audiências.

Lancei as minhas mãos ao alto e disse ‘Deus, obrigada, obrigada'”, contou.

Beth Shelburne, jornalista no Alabama, assistiu à leitura da sentença, afirmando que foi "a coisa mais extraordinária" que testemunhou. Agora, aos 58 anos, Alvin Kennard vai voltar a ser um homem livre.

 

 

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