O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chamou "bandidos" às pessoas envolvidas nos protestos de Minneapolis contra a morte de George Floyd ameaçando que "quando as pilhagens começarem, os tiros vão começar".
Chegamos no 3° dia consecutivo de protesto na cidade de minneapolis, não tem mais Polícia na cidade, incendiaram a 3 delegacia da cidade, trump tá puto querendo colocar as forças armadas em ação
— Alex_Willian ⓟ (@Al3x_willian) May 29, 2020
Fogo nos racistas#GeorgeFloyd#GeorgeFloydprotest#BlackLivesMatter pic.twitter.com/3uSYtZXrkG
As considerações do chefe de Estado foram transmitidas esta sexta-feira através da rede social Twitter, na sequência dos protestos que eclodiram na cidade de Minneapolis, e foi sinalizada pelo servidor como apologia da violência.
Manifestantes indignados com a morte de George Floyd, o afro-americano que morreu sob custódia policial, invadiram uma esquadra da polícia em Minneapolis e incendiaram o local.
Protestors chanting “I can’t Breath” as 3rd precinct burns #minneapolisriots #GeorgeFloydprotest pic.twitter.com/Tu1UH4gMvf
— Zach Boyden-Holmes (@Boydenphoto) May 29, 2020
Um porta-voz da polícia da cidade do Estado de Minnesota confirmou que a terceira esquadra, situada perto do local onde Floyd morreu, foi evacuada "no interesse da segurança do pessoal".
O incêndio deu-se pouco depois das 22:00 de quinta-feira (05:00 de hoje em Lisboa).
103,000 people dead, 35% unemployment, Minneapolis is burning, the Denver protesters are being fired upon and the madman in the White House is tweeting out dog whistles for extrajudicial murder a 1am.
— Arthur David Spota (@ADASpota) May 29, 2020
Tired of all the winning, ashamed of your America yet?#GeorgeFloydprotest pic.twitter.com/oFLu2A9cyl
Anteriormente Trump tinha afirmado que a morte de Floyd o fazia sentir "muito mal" e que estava "chocado".
No entanto, a linguagem do presidente dos Estados Unidos, nas habituais mensagens através do Twitter, endureceu nas últimas horas referindo-se diretamente aos manifestantes.
Estes 'BANDIDOS' estão a desonrar a memória de George Floyd e eu não vou deixar que isso aconteça", escreveu Trump.
....These THUGS are dishonoring the memory of George Floyd, and I won’t let that happen. Just spoke to Governor Tim Walz and told him that the Military is with him all the way. Any difficulty and we will assume control but, when the looting starts, the shooting starts. Thank you!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) May 29, 2020
"Acabei de falar com o governador Tim Waltz e disse-lhe que pode contar com os militares. Assim que aconteça qualquer dificuldade nós assumimos o controlo. Quando as pilhagens começarem, os tiros começam", escreveu Trump.
A cidade de Minneapolis registou nas últimas 24 horas outros 30 incêndios tendo-se verificado atos de pilhagens perto do local onde Floyd morreu.
Num centro comercial em frente à terceira esquadra, as montras de quase todas as lojas foram estilhaçadas, com manifestantes a atirarem manequins de uma loja saqueada para dentro de um automóvel em chamas.
Dezenas de empresas em Minneapolis protegeram as montras para evitar pilhagens, com a cadeia de lojas Target a anunciar o encerramento temporário de duas dúzias de estabelecimentos na zona.
Os protestos contra a morte de George Floyd alastraram-se também a St. Paul, capital do estado do Minnesota, com a polícia a tentar impedir o saque de lojas e os bombeiros a serem chamados para combater incêndios.
Na quinta-feira à noite, em St. Paul, eram visíveis nuvens de fumo, enquanto a polícia, armada com bastões e máscaras de gás, vigiava os manifestantes na maior rua comercial da cidade.
Os protestos espalharam-se também a outras zonas do país sobretudo em Nova Iorque onde apesar da epidemia da covid-19, manifestantes organizaram concentrações públicas que resultaram em confrontos policiais.
Em Denver, manifestantes bloquearam o trânsito no centro da cidade.
George Floyd, um afro-americano de 46 anos, morreu na noite de segunda-feira em Minneapolis, após uma intervenção policial violenta, cujas imagens foram divulgadas através da internet.
Floyd foi detido por suspeita de ter tentado pagar com uma nota falsa de 20 dólares num supermercado. Num vídeo filmado por transeuntes e divulgado nas redes sociais, é possível ver um dos agentes pressionar o pescoço da Floyd com o joelho durante vários minutos.